“São um desincentivo”. Administração Trump acaba com cheques de 600 dólares para desempregados

A Administração Trump vai acabar com os cheques de 600 dólares destinados aos trabalhadores que, por causa da paragem da economia como consequência da pandemia de covid-19, ficaram em casa sem trabalhar.

Larry Kudlow, diretor do Conselho Económico Nacional, disse, este domingo, que o subsídio de desemprego semanal adicional de 600 dólares criado para ajudar aqueles que perderam o emprego devido à pandemia de coronavírus vai acabar no final de julho.

“Quero dizer, estamos a pagar às pessoas para não trabalharem. É melhor do que os seus salários”, disse Kudlow, citado pelo jornal norte-americano Politico.

“Isto pode ter funcionado nos primeiros dois meses. Terminará no final de julho”, acrescentou, dizendo que o benefício extra era necessário durante o auge dos bloqueios por coronavírus.

Kudlow disse que “quase todas as empresas” entendem que o benefício adicional de 600 dólares é “um desincentivo”. O diretor disse que o governo Trump está “a analisar uma medida de reforma” que fornecerá um incentivo para o retorno ao trabalho, mas não será tão substancial.

“Não será tão grande e criará um incentivo para o trabalho“, disse. “Isso acompanha os outros incentivos que geramos, os descontos de impostos e, mais particularmente, o Programa de Proteção da Folha de Pagamento, que acho que foi um enorme sucesso”.

“Acho que as pessoas querem voltar ao trabalho“, disse Kudlow. “Acho que dão boas-vindas à reabertura da economia, e acho que estão ansiosas para sair”.

“No entanto, na margem, os incentivos são importantes”, disse. “Ouvimos falar de negócios após negócios, setor após setor, e já existem evidências de que esse efeito está a ocorrer”.

A Lei dos Heróis aprovada pela Câmara estenderia o subsídio de desemprego semanal adicional de 600 dólares até ao final de janeiro de 2021.

Em maio, dando sinais de recuperação económica, foram criados 2,5 milhões postos de trabalho, aliviando a taxa de desemprego, que agora se situa nos 13,3%. Ainda assim, há 21 milhões de cidadãos sem trabalho, segundo o último relatório do departamento do emprego norte-americano.