Escária precisava era de “um par de lambadas bem dado naquele focinho”

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Miguel A. Lopes / Lusa

O deputado do Partido Socialista Ascenso Simões

“Sabe o que é que esse tipo merecia? Um par de lambadas”. O antigo deputado socialista Ascenso Simões, um dos mais próximos colaboradores de António Costa, arrasa o ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro.

Figura chave na recente dinâmica política do PS, Ascenso Simões não duvida da inocência e integridade de António Costa, e não poupa nas palavras em relação a Vítor Escária.

“Aquilo que ele precisava era de um par de lambadas bem dado naquele focinho. Que é aquilo que o país todo pensa”, diz este sábado o antigo deputado, conhecido pela sua “frontalidade”, em entrevista ao Observador.

Simões não tem dúvidas sobre a inocência do primeiro-ministro demissionário. “Podemos ter imensas divergências com o António Costa. Agora, se formos todos sinceros, vamos com certeza considerar que é uma pessoa íntegra, honesta e, nessas coisas que para aí andam, não há nada a atacar.”

Desligado da política ativa, Ascenso Simões não ignora a importância das próximas eleições para o PS, destacando na entrevista a necessidade de vitórias nas eleições europeias, autárquicas e legislativas. Para o ex-deputado, o PS não participa apenas para marcar presença, mas para vencer.

Figura proeminente no Partido Socialista e colaborador de longa data de António Costa, o antigo secretário de Estado de António Costa reuniu recentemente Pedro Nuno Santos e Francisco Assis num almoço estratégico que pode indiciar uma potencial redefinição na liderança do PS no cenário pós-António Costa.

Agora apoiante de Pedro Nuno como sucessor de António Costa na liderança do PS, Simões não poupa elogios a Francisco Assis, que considera poder ser “primeiro, presidente da Assembleia da República; e, depois, porventura, Presidente da República”.

Sobre Fernando Medina, Ascenso Simões considera que o atual ministro das finanças “tem muitos defeitos e muitas virtudes, mas burro não é“. Só que  teve uma derrota eleitoral nas autarquias “e isto está fresco”.

O que este tipo merecia

Economista e professor do Departamento de Economia do ISEG, Vítor Escária regressou em agosto de 2020 ao governo como chefe de gabinete de António Costa, de quem tinha sido assessor económico no Executivo anterior — e do qual se tinha afastado na sequência do Galpgate.

Escária foi na altura constituído arguido, tendo sido acusado de recebimento indevido de vantagem. Foi um dos arguidos a quem foi proposto o pagamento de uma multa para que o caso não fosse a julgamento. Era administrador da Martifer e consultor privado enquanto negociava fundos europeus pelo Governo.

O ex-chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro é um dos arguidos na sequência da investigação do Ministério Público que fez cair António Costa.

De acordo com o MP, Vítor Escária terá aceitado os pedidos de Lacerda Machado para intervir junto do Governo e de outras entidades nas questões que envolviam a sociedade de Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, também arguidos no processo, que passaram a ter um acesso direto e regular a João Galamba.

O chefe de gabinete do primeiro-ministro terá ainda apoiado Lacerda Machado, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves na pressão ao presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas (também detido), para “conferir andamento mais célere e favorável” a assuntos de interesse da Start Campus.

Na sequência das buscas realizadas pela PJ no dia 7, o MP apreendeu no gabinete de Escária na residência oficial do primeiro-ministro 75 mil e 800 euros em numerário, dinheiro que estava “dividido em diversos envelopes e escondido em livros, em diversas prateleiras, e dentro de caixas de vinho”.

Questionado na entrevista ao Observador sobre se seria possível que o primeiro-ministro não desconfiasse de nada, Ascenso Simões não tem dúvidas. “Claro que não. Normalmente, essas pessoas têm dupla personalidade. E aquilo que ele precisava era de um par de lambadas dadas naquele focinho”.

ZAP //

4 Comments

  1. Costa totalmente inocente. Só se demitiu porque pensava que tinham encontrado os envelopes dele, mas afinal foi o do ex amigo que os recebia, como numa mercearia…

  2. En termos de “Circo e Melodramas” , neste Hemiciclo mais nada me admira , é Espetáculo permanente copiosamente sustentado com o Erário Publico ! …..se é Homem , que não lhas prometa , mas que lhas dê !

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