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Empresário admite em depoimento que pagou suborno à Petrobras

Marcos Peron/virtualphoto.net

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Um dos executivos brasileiros preso na operação Lava Jato, que investiga corrupção e branqueamento de dinheiro na Petrobras, admitiu em depoimento à polícia que aceitou pagar suborno após ser coagido a fazê-lo.

De acordo com a Folha de São Paulo, o diretor de Óleo e Gás da construtora Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, disse que o pagamento ilegal foi feito após ter recebido ameaças de que, caso não o fizesse, a sua empresa seria prejudicada nos contratos já em andamento.

A principal ameaça seria a de que os pagamentos, por obras já realizadas, seriam suspensos. O diretor negou, no entanto, que a empresa tenha formado cartéis com outras firmas ou que tenha pagado o suborno para ganhar concursos públicos.

Ainda segundo o empresário, as ameaças foram feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o “doleiro” Alberto Youssef, ambos também presos no âmbito da mesma operação.

O destino do dinheiro terá sido o Partido Progressista (PP), conforme depoimento do executivo.

A operação Lava Jato foi desencadeada em março deste ano, tendo como alvo uma quadrilha especializada no envio e branqueamento de dinheiro para o exterior, que incluía “clientes” do tráfico internacional de drogas, contrabando de pedras preciosas e corrupção de agentes públicos.

Durante as investigações a Polícia descobriu o envolvimento de um ex-diretor da Petrobras com o “doleiro” (pessoa que faz conversão de moeda sem autorização legal, geralmente em dólares) responsável pelos envios, e a empresa passou a ocupar o centro da operação, com a identificação de outros envolvidos.

Tanto o doleiro Alberto Youssef quanto o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiram o envolvimento no esquema e fizeram um acordo de delação premiada com o Ministério Público que tem levado a novas prisões.

Na semana passada, 23 executivos de empresas ligadas ao ramo da construção foram presos no âmbito da mesma operação.

A maior parte dessas prisões é provisória, com validade de cinco dias, e expira esta terça-feira.

/Lusa

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