Ex-líder da Câmara dos Deputados chama Temer e Lula para testemunhas de defesa

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 450 a favor, 10 contra e 9 abstenções a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 450 a favor, 10 contra e 9 abstenções a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha

O ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, detido preventivamente, convocou o Presidente da República, Michel Temer, e o ex-chefe de Estado Lula da Silva para suas testemunhas de defesa, avança esta quarta-feira a imprensa local.

Segundo o portal de notícias G1 e a rádio CBN, a convocação de 22 testemunhas faz parte da defesa prévia de Eduardo Cunha, e é a primeira manifestação do arguido após a abertura da ação penal que foi protocolada na Justiça Federal terça-feira à noite.

O ex-parlamentar é acusado de ter recebido cinco milhões de reais (1,4 milhões de euros) em subornos pagos em contas secretas na Suíça, que foram abastecidas com dinheiro desviado de contratos de exploração de petróleo da Petrobras em África.

Eduardo Cunha está preso em Curitiba, no estado do Paraná, desde 19 de outubro.

Lula da Siva é arguido em três processos, um por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro, outro por alegada tentativa de obstruir a investigação da Lava Jato, e um terceiro por suspeitas de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção em negócios em Angola.

O Presidente Michel Temer é alvo de investigações preliminares a alegações de que terá procurado doações ilícitas para uma campanha em 2012.

Para além do chefe de Estado, ligado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mesmo partido do ex-deputado detido, a lista inclui Henrique Alves, ex-ministro do nos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, também do PMDB, que se demitiu depois de terem sido divulgadas declarações em que ele é acusado de ter recebido subornos.

Na lista estão também parlamentares e ex-parlamentares, incluindo o ex-senador Delcídio do Amaral – antes ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT), formação política de Lula da Silva e Dilma Rousseff – que foi preso em novembro por alegada tentativa de atrapalhar as investigações da Lava Jato.

Há pessoas ligadas à petrolífera estatal Petrobras, no centro do mega-esquema de corrupção na Petrobras, incluindo o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró, entretanto condenado por lavagem de dinheiro.

Nestor Cerveró e Delcídio do Amaral têm colaborado com as autoridades que investigam a Lava Jato, como delatores (prestadores de informações em troca de eventual redução de pena).

A lista inclui ainda José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula da Silva, que foi condenado, em setembro, pelos crimes de corrupção e gestão fraudulenta.

Eduardo Cunha foi o responsável pela abertura do processo de destituição de Dilma Rousseff, que culminou com o seu afastamento da ex-Presidente do poder em agosto.

A sua defesa pediu ainda a rejeição da denúncia e a absolvição sumária.

/Lusa

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