A embaixada da China no Brasil disse esta quinta-feira que Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do país, “contraiu um vírus mental”, ao culpar a “ditadura chinesa” pela pandemia do novo coronavírus.
“As suas palavras são extremamente irresponsáveis e soam-nos familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami [Estados Unidos], contraiu, infelizmente, o vírus mental, que está a infetar a amizade entre os nossos povos”, escreveu a embaixada no Twitter, em resposta ao filho de Bolsonaro.
A embaixada escreveu ainda que Eduardo é uma pessoa “sem visão internacional, nem senso comum” e aconselhou-o a não “ser o porta-voz dos Estados Unidos no Brasil, sob a pena de tropeçar feio”, identificando na publicação o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Ernesto Araújo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Eduardo, que é deputado federal, também no Twitter, culpou o Partido Comunista Chinês pela pandemia, que comparou ao acidente de 1986 na central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, na altura parte da antiga União Soviética. Segundo este, a China optou por “esconder algo grave” em vez de responder prontamente e evitar milhares de mortes.
“Quem assistiu a Chernobyl vai entender o que ocorreu. Substitua a central nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. Mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor e sofrer o desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas”, disse. “A culpa é da China e liberdade seria a solução”, apontou ainda.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84 mil recuperaram da doença.
A China anunciou esta quinta-feira não ter registado novas infeções locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto registou 34 novos casos importados.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 173 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.614 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.
O número de infetados ativos no país fixou-se em 8.043, incluindo 2.622 em estado grave.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.361 casos), a Espanha, com 638 mortes (14.769 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos). Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.