/

Pela primeira vez, o “Inimigo da Humanidade” não fez novos casos na China

A China anunciou, esta quinta-feira, não ter registado novas infeções locais pela primeira vez desde o início da epidemia do novo coronavírus, mas as autoridades contaram 34 casos importados.

Este número de pessoas infetadas provenientes do estrangeiro é também um recorde diário, indicou o Ministério da Saúde chinês. A maioria dos casos foi identificada em chineses que regressaram de países particularmente atingidos pela Covid-19.

A Comissão de Saúde da China disse que, até ao início desta quinta-feira, não se registaram novos casos de contágio local em todo o território.

Oito pessoas morreram, todas na província de Hubei, centro do país e centro da epidemia.

No total, desde o início do surto, em dezembro do ano passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.928 infeções, incluindo 70.420 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3245. O número de infetados ativos no país fixou-se em 7263, incluindo 2314 em estado grave.

Segundo dados oficiais, 683.281 pessoas que tiveram contacto próximo com os infetados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, incluindo 9144 ainda sob observação.

Desde 11 de março que os números de novas infeções e de mortes permaneciam abaixo dos 21 diários, de acordo com as estatísticas oficiais. Em 12 de março, o Governo chinês declarou que o pico das transmissões tinha terminado no país.

Macau registou mais dois novos casos importados de infeção, elevando para 17 o número de pessoas infetadas no território.

Ontem, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou o novo coronavírus como um “inimigo da Humanidade”, quando mais de 8000 pessoas já morreram no mundo.

Itália atinge recorde de mortes num único dia

A pandemia provocou mais 475 mortes nas últimas 24 horas, o pior balanço registado num único país e num único dia, anunciou esta quarta-feira a Proteção Civil italiana. Até ao momento, cerca de 3000 pessoas perderam a vida devido a esta doença.

Os serviços sanitários registaram 4207 novos casos nas últimas 24 horas, um número que nunca tinha sido atingido desde o início da crise. A Lombardia, a região de Milão, permanece a mais atingida, com cerca de dois terços das mortes recenseadas.

No entanto, o aumento dos novos casos também ocorreu em outras regiões, em particular em Veneto e Piemonte com cerca de 500 novos casos cada, ou a Toscana com um aumento de 300 casos.

Reino Unido fecha escolas

As escolas vão encerrar, a partir de sexta-feira, por tempo indeterminado. “Isto será para todas as crianças, exceto os filhos de funcionários públicos e as crianças mais vulneráveis”, indicou Gavin Williamson no Parlamento.

Os filhos de profissionais de saúde, polícias e de motoristas de entregas sem alternativa poderão ficar na escola durante o horário de trabalho. O mesmo acontece com crianças com apoio social, e outras vão ter acesso a refeições através de um sistema de talões.

Ontem à tarde, os Governos autónomos da Escócia e do País de Gales já tinham anunciado o encerramento das escolas nas respetivas regiões, enquanto a Irlanda do Norte só confirmou depois do anúncio do Governo britânico.

De acordo com os últimos números, o número de mortes chegou às 104 no Reino Unido, tendo sido identificados 2626 casos positivos com coronavírus entre 56.221 pessoas testadas.

Estado de calamidade pública no Brasil

A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou, na quarta-feira, o pedido de reconhecimento de calamidade pública enviado pelo Governo para fazer face à pandemia.

A proposta, que segue agora para o Senado Federal, permite que o Executivo gaste mais do que o previsto e não cumpra as metas fiscais para custear ações de combate à pandemia.

O relator do decreto, o deputado Orlando Silva, afirmou não se tratar de um “cheque em branco”, mas de um crédito ilimitado para o Governo agir perante a crise.

“Ao reconhecer a calamidade pública, o Congresso permite o não cumprimento das metas fiscais, e o Governo vai ter condições de fortalecer o Sistema Único de Saúde, que é o principal instrumento de combate ao coronavírus. Também vai garantir medidas económicas, como mais rendimentos para a população, e ações para impedir a expansão do vírus”, argumentou o deputado.

O presidente do Senado brasileiro, Davi Alcolumbre, que testou positivo para o novo coronavírus, já se manifestou a favor da medida.

O número de mortes no Brasil aumentou para quatro, com o país a registar 428 casos confirmados e 11.278 casos suspeitos, informou o Ministério da Saúde brasileiro.

Apesar de o Executivo não divulgar em que estado as mortes foram registadas, a imprensa local indica que os quatro óbitos ocorreram em São Paulo, a região mais afetada pelo vírus.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.