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Dilma “inconformada” com detenção de Lula

Antonio Cruz / Agência Brasil

Lula da Silva e Dilma Rousseff

Lula da Silva e Dilma Rousseff

A presidente do Brasil afirmou sentir-se inconformada com a atitude da Polícia Federal em deter o ex-presidente Lula da Silva.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, citado pela agência Lusa, Dilma Rousseff manifestou o seu “integral inconformismo” com o facto do ex-presidente ter sido “submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento”, visto que o mesmo já “compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante as autoridades competentes”.

A presidente considera “necessário que as investigações prossigam” mas alertou as autoridades para terem mais respeito pelos direitos individuais.

O ex-presidente Lula da Silva foi ontem detido, para prestar o seu depoimento no âmbito da investigação da operação Lava Jato, em São Paulo.

O Ministério Público brasileiro suspeita que Lula tenha obtido, de forma ilegal, favores, doações e o pagamento de serviços de palestras que chegam aos 7,2 milhões de euros.

O MP suspeita ainda que esse dinheiro tenha sido dado por empresas ligadas ao escândalo de corrupção na Petrobras, em troca do favorecimento nos contratos firmados por estas entidades com a petrolífera.

“Quem não deve não teme”

Horas depois de ter sido detido pelas autoridades brasileiras, Lula falou aos mais de cinco mil militantes que o esperavam na sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo.

Segundo o Expresso, o ex-presidente disse estar “vivo” e preparado para disputar a Presidência em 2018.

“A partir de hoje, a resposta que posso dar é ir para as ruas e dizer: ‘estou vivo e sou mais honesto do que vocês‘”, afirmou.

Lula criticou ainda a atitude da Polícia Federal brasileira, considerando-a “desnecessária”, visto já ter colaborado outras vezes com as autoridades.

“Se o juiz Moro ou o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter-me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo“, acusou, citado pelo Observador.

Em declarações aos jornalistas, o ex-presidente afirmou que se sentiu como “um prisioneiro” durante a ação da polícia.

ZAP

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