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Cunha de Marcelo terá garantido tratamento de 4 milhões de euros no SNS a gémeas brasileiras

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Manuel de Almeida / LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa fala aos jornalistas

Marcelo Rebelo de Sousa nega qualquer influência, mas para quem conhece o processo por dentro, é “clarinho” que o Presidente da República meteu uma cunha para garantir um tratamento de quatro milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a duas gémeas brasileiras.

Está em causa um caso de 2019 envolvendo duas bebés brasileiras, gémeas, que entretanto obtiveram a nacionalidade portuguesa para conseguir o tratamento gratuito em Portugal.

Trata-se do medicamento mais caro do mundo, o Zolgensma, que trata a Atrofia Muscular Espinhal e que passou a ser comparticipado na íntegra pelo SNS depois da luta dos pais da bebé Matilde.

As gémeas luso-brasileiras chegaram ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com uma consulta marcada, mesmo não tendo número de utente. E mesmo contra o aval dos médicos do Hospital, receberam o tratamento com o medicamento de toma única.

O pedido de nacionalidade das gémeas só chegou ao consulado de São Paulo uma semana depois de terem recebido o tratamento.

“Usámos os nossos contactos”

O medicamento custa cerca de dois milhões de euros. No caso das gémeas, era impossível aos pais reunirem os quatro milhões necessários para o tratamento de ambas. Ainda iniciaram uma campanha de angariação de donativos no Brasil, mas não foi possível recolher o dinheiro.

Assim, a mãe das crianças, Daniela Martins, virou-se para Portugal, até porque é luso-descendente, como se conta na investigação do programa “Exclusivo” da TVI que divulgou o caso.

Daniela Martins deu, então, início ao processo de naturalização portuguesa das filhas, o que lhes abria as portas do SNS e do tratamento gratuito em Portugal.

Contudo, o tratamento no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que as gémeas já receberam, só terá sido possível graças à influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como apurou a TVI.

“Usámos os nossos contactos”, conta Daniela Martins à TVI, revelando que conheceu a mulher do filho de Marcelo, Nuno Rebelo de Sousa, que mora no Brasil.

A nora do Presidente da República “conhecia o ministro da Saúde [na altura, era a ministra Marta Temido], que mandou um e-mail para o hospital” e “começaram a receber ordens superiores”, refere a mãe das bebés no programa “Exclusivo”.

É “clarinho, clarinho” que Marcelo influenciou

Os médicos do Hospital de Santa Maria opunham-se à administração do medicamento porque as bebés já estavam a receber outro tratamento no Brasil – ao invés do que lhes foi administrado cá, que é de uma só toma, era um medicamento que deve ser tomado ao longo de toda a vida.

Além disso, alegavam que outras pessoas com a mesma doença não podiam aceder ao tratamento devido ao elevado preço.

Deste modo, a convicção dos médicos é que o tratamento das gémeas brasileiras só avançou por influência de Marcelo Rebelo de Sousa. É “clarinho, clarinho”, aponta à TVI o coordenador da unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria, António Levy Gomes.

Este médico foi um dos subscritores de uma carta enviada ao presidente do Conselho de Administração do Hospital na altura, Daniel Ferro, a manifestar a indignação com a situação, como relata a TVI.

Essa carta terá desaparecido dos registos hospitalares e também não se encontra o dossier de admissão das crianças, de acordo com a investigação do canal.

O Hospital vai abrir uma auditoria para perceber o que aconteceu.

Marcelo não se lembra, mas nega qualquer influência

“Francamente, não me lembro”, diz Marcelo Rebelo de Sousa em declarações à TVI, a propósito do caso das gémeas. O Presidente nega, contudo, que tenha exercido qualquer tipo de influência.

Apesar de tudo, Marcelo lembra-se de alguma coisa e conta que “chegou o pedido” e que após se verificar que era uma “questão relevante, mas complexa“, se decidiu “mandar duas cartas, uma para o chefe de gabinete do primeiro-ministro e outra para o gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas”.

Mas reforça que não houve qualquer interferência. “Então, alguém com muita influência passou por cima do Presidente da República, do primeiro-ministro, porque para chegar à ministra tinha de chegar ao primeiro-ministro… Portanto, a cunha deve ter surgido noutro plano… Ou, então, não surgiu”, sublinha.

O ex-presidente do Hospital, Daniel Ferro, garante à TVI que nunca recebeu qualquer indicação no caso das gémeas brasileiras.

Susana Valente, ZAP //

18 Comments

  1. essa aventesma do marcelo lá tinha de meter o bedelho , são mais 4 milhoes para o beleleu , enfim espero que ao menos tenha servido para as crianças ficarem bem , e seu Marcelo não ajuda as crianças portuguesas . quem votou neste gajo agora que se amanhe . felizmente é a ultima rodada deste catrefe desboqueado.

  2. Não está em causa as crianças, claro, mas estão as nossas crianças outras, com outras doenças e que nada se faz. É uma vergonha que o Presidente da Republica Portuguesa em vez de ajudar os seus, ajude outros como se nós portugueses fossemos obrigados a pagar tratamentos para os de fora..

    E não venham com a conversas de que é luso-portuguesa, o importante é saber se contribuiu para os cofres do estado!, claro que não, e a mão escondida do Dr. Marcelo é mais que evidente.

    Mas se o Sr. Dr. Marcelo que ser solidário, que seja com o seu dinheiro, não somos obrigados a pagar avultadíssimos valores para doentes que não sejam portugueses.

    O Brasil é um pais mais rico que Portugal, que pague a saúde dos seus,

  3. Marcelinho, Marcelinho, já está mais do que na hora de calçares uns patins! Tens, na amnésia que invocas, uma boa desculpa para te demitires do cargo. Sugiro, até, que vás tirar umas merecidas férias na Faixa de Gaza!

  4. Demasiado ego e popularucho. No outro dia ele ia na rua à minha frente. Desviou-se do seu caminho só para passar à frente de uma paragem de autocarro, à espera que as pessoas que ali estavam fizesse uma festa. Ninguém lhe ligou, coitado…

  5. Quando foi uma criança Portuguesa negaram o tratamento dado o custo do mesmo – só quando a população acudiu a uma campanha e conseguiu juntar o dinheiro ganharam vergonha na cara e á pressa autorizaram o mesmo – mas quando foram duas brasileiras já conseguiram tudo e sem dificuldade denhuma …. ás custas dos impostos dos que não têm direito á mesma benesse …. noutro país várias pessoas seriam demitidas, mas por cá os media ou nem falam nisso ou remetem o assunto para um sitio bem escondido ….

  6. Tantos ex-combatentes do Ultramar que votaram Marcelo, que fugiu à guerra com cunha do papá. Os políticos gozam a rir com este povo que elege sempre os mesmos. Dão-se a este luxo porque sabem que o tuga é mansinho e obediente. Têm o que elegeram. Habituem-se.

  7. Caro Miguel Horta, o dinheiro empregue na TAP e aeroporto, e todos os outros, são nossos. Tudo isto é português. Que comparação mais estapafúrdia.

    Eu não tenho que pagar para filhos de outro estado quando aos meus é-lhes negado. 4 milhões!, e os portugueses a sofrerem porque não há dinheiro para coisa nenhuma. Não, não e Não. Não concordo.

    Devia ser exigido ao PR a restituição desse valor aos cofres do Estado. Lamento, temos muitos filhos de portugueses com doenças raras, que nunca o PR se condoeu com a dor desses pais. Não, não aceito, primeiro estão os meus.
    Lamento, primeiro estão os Portugueses.

  8. Caro Miguel Horta, o dinheiro empregue na TAP e aeroporto, e todos os outros, são nossos. Tudo isto é português. Que comparação mais estapafúrdia.

    Eu não tenho que pagar para filhos de outro estado quando aos meus é-lhes negado. sofrerem porque não há dinheiro para coisa nenhuma. Não, não e Não. Não concordo. 4 milhões!, e os portugueses a sofrerem as maiores agruras desta vida!

    Devia ser exigido ao PR e respectivo filho a restituição desse valor aos cofres do Estado. Lamento, temos muitos filhos de portugueses com doenças raras, que nunca o PR se condoeu com a dor desses pais. Não, não aceito, primeiro estão os meus.
    Lamento, primeiro estão os meus.

  9. Caro Miguel Horta, o dinheiro empregue na TAP e aeroporto, e todos os outros, é um produto português, é nosso. Que comparação mais estapafúrdia.

    Eu não tenho que pagar para filhos de outro estado quando aos meus é-lhes negado e estão ainda a sofrer as maiores agruras porque não há dinheiro e gasta-se 4 milhões com os filhos dos outros. Não, não e Não. Não concordo.

    Devia ser exigido ao PR a restituição desse valor aos cofres do Estado. Lamento, temos muitos filhos de portugueses com doenças raras, que nunca o PR se condoeu com a dor desses pais. Não, não aceito, primeiro estão os meus.
    Lamento, primeiro estão os meus.

  10. Caros senhores, este comentário nunca foi submetido. Isto tem um nome.

    Caro Senhor, o dinheiro empregue na TAP, aeroporto, Bes e tantos outros, é produto português, é nosso. Que comparação mais estapafúrdia.

    Eu não tenho que pagar para filhos de outro estado quando aos meus é-lhes negado e estão ainda a sofrer as maiores agruras porque não há dinheiro e gasta-se 4 milhões com os filhos dos outros. Não, não e Não. Não concordo.

    Devia ser exigido ao PR a restituição desse valor aos cofres do Estado. Lamento, temos muitos filhos de portugueses com doenças raras, que nunca o PR se condoeu com a dor desses pais. Não, não aceito, primeiro estão os meus.
    Lamento, primeiro estão os meus.

  11. Servem-se do poder e das influências, para estoirarem com o que resta deste país. Grande Salazar, Grande Chega,, que embora , este último, manifeste oportunismo e provavelmente muita teoria, pelo menos consegue ser assertivo.

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