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Cristas diz que ministro da Defesa “se calhar também não existe”

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José Sena Goulão / Lusa

A presidente do Partido Popular (CDS/PP), Assunção Cristas

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que além de um furto a Tancos e um relatório que “se calhar” não existem, também o ministro da Defesa “ainda não compreendeu que já não existe”.

“Já tínhamos um furto que não se sabia se era ou não furto, se calhar o furto não existe, agora se calhar o relatório não existe, e há um ministro que se calhar ainda não compreendeu que já não existe“, afirmou Assunção Cristas acerca do relatório noticiado pelo Expresso sobre o furto de material de guerra em Tancos, mas que o primeiro-ministro diz não ter sido produzido por nenhum serviço de informação do Estado.

Para a líder centrista, “este assunto corresponde a um dos piores sinais do que é a degradação do Estado nas áreas de soberania“.

O CDS-PP já pediu diversas vezes a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a última das quais no parlamento na semana passada, numa discussão sobre a questão de Tancos, em que o governante estava presente.

“É lamentável que desde o início o Governo não tenha sabido explicar, lidar, e, mais de dois meses e meio ou três meses depois, ainda não tenha capacidade de dar uma explicação válida sobre esta matéria”, defendeu.

Para Assunção Cristas, a divulgação este sábado pelo Expresso de um relatório que o primeiro-ministro, António Costa, negou ter sido elaborado por um serviço de informação do Estado, constitui um episódio “absolutamente lamentável“.

“Mais um elemento a juntar a uma história já de si inadmissível num Estado de direito, com instituições a funcionarem bem e um Governo a responsabilizar-se pelo que está na sua orientação e no seu comando”, acrescenta Assunção Cristas.

“Quando é que nós vamos ter explicações sobre esta matéria?”, interrogou-se. A líder centrista reforçou que o CDS pedirá “todas as explicações no parlamento, nomeadamente em relação a este documento que é agora dado a conhecer pela comunicação social”.

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou no sábado à noite desconhecer o relatório noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a “nenhum organismo oficial” do Estado.

“Não sei a que documento se refere o jornal. Sei que não é de nenhum organismo oficial do Estado português”, disse António Costa, em declarações à RTP em Almancil, no concelho de Loulé, à margem de uma iniciativa de apoio aos candidatos locais nas autárquicas de outubro.

O semanário Expresso divulgou no sábado um relatório, que atribuiu aos serviços de informações militares, com cenários “muito prováveis” de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à atuação do ministro da Defesa Nacional, na sequência do caso conhecido em 29 de junho.

“O que nós já sabemos é que não é um documento produzido por nenhum dos serviços de informação do Estado português, por nenhum serviço de segurança do Estado português”, acrescentou o primeiro-ministro.

António Costa sublinhou que o Estado-Maior-General das Forças Armadas já “desmentiu a autenticidade desse documento”, tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações.

// Lusa

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