Covid responsável por 7,7% das mortes em Portugal, neste ano

Laura James / Pexels

Pandemia atravessa o ano mais “suave” mas os dados demonstram que o excesso de mortalidade não vai suavizar: 7.500 mortos acima do esperado.

O excesso de mortalidade tem sido assunto em Portugal, não só nos últimos meses, como nos últimos anos.

Excesso de mortalidade é uma designação da contabilidade de óbitos ao longo de um determinado período, comparando com a média da mortalidade nos cinco anos anteriores, entre outros critérios incluídos no algoritmo.

Em Junho já tinham morrido mais pessoas (40%) do que o habitual. No mês passado havia centenas de mortes a mais em cada semana.

E especialistas avisaram que o calor intenso de Julho e a COVID-19 não explicam tudo.

A pandemia atravessa o ano mais “suave” mas os dados demonstram que, afinal, a vacinação não vai suavizar o excesso de mortalidade, comparando com os dois anos anteriores.

As contas feitas pelo jornal Público mostram que, em 2022, foram registadas até agora 7.536 falecimentos acima da média.

O número total de mortes em Portugal ao longo deste ano deverá ultrapassar as 120 mil, tal como aconteceu em 2020 e em 2021: faleceram quase 75 mil pessoas até ao final de Julho.

Olhando só para as mortes relacionadas com a COVID-19, morreram mais de 5.700 pessoas neste ano. Ou seja, a pandemia foi directamente responsável por cerca de 7,7% do total de óbitos.

A Organização Mundial da Saúde quer saber os números de excesso de mortalidade em cada país, para ter uma noção mais correcta do impacto indirecto do coronavírus.

O Ministério da Saúde está a preparar um estudo aprofundado sobre o número de mortes acima do esperado ao longo dos últimos anos.