Uma equipa de cientistas acredita que este ano pode registar-se a maior descida de emissões de dióxido de carbono desde a II Guerra Mundial devido à pandemia de covid-19 e à paralisação de várias atividades industriais e económicas.
“É provável que nem o colapso da União Soviética, nem as várias crises de petróleo ou a poupança e crédito dos últimos 50 anos tenham afetado as emissões da mesma forma do que esta crise”, disse à agência Reuters o presidente do Projeto Global, organização que quantificas as emissões globais anuais de gases de efeito estufa e as suas causas.
A organização calcula que a produção de dióxido pode cair mais de 5% num ano – seria a primeira queda desde a redução de 1,4% após a grande recessão de 2008.
“Não ficaria surpreso ao ver uma queda de 5% ou mais nas emissões de dióxido de carbono deste ano, algo que não é visto desde o final da II Guerra Mundial”, disse.
Ainda assim, alertam os cientistas, a redução das emissões causada pela pandemia de covi-19 pode durar pouco tempo, podendo não ser suficiente para aliviar a concentração de gases de efeito de estufa acumulada na atmosfera durante décadas.
“Esta queda não se deve a mudanças estruturais. Portanto, assim que a concentração estiver concluída, espera-se que as emissões voltem aos níveis em que estavam”, conclui a cientista climática da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, Corinne Le Quéré.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil. Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu, com mais de 676 mil infetados e mais de 50 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais.