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Costa contraria Marcelo, mas este avisa que o “Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro”

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António Cotrim / Lusa

O Presidente da República disse na segunda-feira que, “por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro”, depois de António Costa ter dito que ninguém pode garantir que não se volta atrás no processo de desconfinamento.

“Por definição o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em Budapeste, na Hungria, onde se encontra para assistir esta terça-feira ao primeiro jogo de Portugal no Euro2020.

O comentário de Marcelo Rebelo de Sousa foi feito no mesmo dia em que o primeiro-ministro, António Costa, disse que ninguém pode garantir que não se volta atrás no confinamento e que o Governo adotará “em cada momento as medidas que se justifiquem perante o estado da pandemia”.

“Se alguém pode garantir [que não se volta atrás no desconfinamento]? Não, creio que nem o senhor Presidente da República seguramente o pode fazer, nem o fez”, sublinhou António Costa numa conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), após a cimeira que reuniu os chefes de Estado e de Governo da Aliança.

Reagindo às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa que, no domingo, sublinhou que, no que depender dele, não haverá “volta atrás” no processo de desconfinamento, António Costa disse que crê que as palavras do Presidente da República são “subscritas por 100% dos portugueses”.

“Não há qualquer português que possa dizer que deseja que haja um volte face no desconfinamento. Creio que 100% dirão aquilo que o senhor Presidente da República disse, que é: “ninguém deseja que não haja desconfinamento””, apontou António Costa.

No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que, no que depender do Presidente, não haverá “volta atrás” no processo de desconfinamento, e deu a Feira da Agricultura de Santarém como exemplo do “virar de página”.

“Já não voltamos para trás. Não é o problema de saber se pode ser, deve ser, ou não. Não vai haver. Comigo não vai haver. Naquilo que depender do Presidente da República não se volta atrás”, afirmou.

Para o Presidente, escreve o Expresso, a gestão do processo terá que ser feita pelo Executivo sem contar com um novo quadro legal que inclua o estado de emergência.

Também terá que ser o governo a acautelar que os próximos dois meses, considerados decisivos por abarcarem o período em que a vacinação deve avançar para níveis próximos de garantir a imunidade comunitária, serão geridos com rumo e coerência.

“Não vale a pena andarem a criar romances”

Entretanto, o primeiro-ministro já veio reagir às palavras de Marcelo, negando ter desautorizado o Presidente da República.

“Não vale a pena andarem a criar romances”, destacou o primeiro-ministro.

“O Presidente, aliás, disse uma coisa óbvia. Por natureza, o primeiro-ministro não desautoriza o Presidente. Deve haver aí uma confusão qualquer“, acrescentou.

“Nunca me passaria pela cabeça desautorizar o Presidente da República. É tudo um equívoco entre as perguntas que foram feitas e as respostas que foram dadas”, afirmou ainda Costa.

O primeiro-ministro também reforçou que “não há seguramente qualquer conflito” com Marcelo, “como aliás não tem existido”.

“Nem sempre temos de pensar o mesmo”, vincou, garantindo ainda que “nunca houve uma acção desarticulada entre o primeiro-ministro e o Presidente da República sobretudo em relação ao combate à pandemia”.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Estala definitivamente (se ainda não estava) o verniz!

    António Costa bem, tendo em conta a indefinição da doença, ou seja: Ninguém pode garantir que não será necessário voltar atrás. E é mesmo, NINGUÉM!

    Marcelo por seu lado a berrar: Eu é que sou o Presidente da junta!!

    Todos queremos voltar à normalidade mas não me parece (não é!) razoável a tomada de posição do PR.

  2. O Sr. Presidente Rebelo de Sousa, tinha dito, que o último confinamento deveria ir até ao fim de Maio, para preservar o mês das festas Populares! é disso que me lembro e considerei que tinha razão! mas o Sr. 1º Ministro não achou! então festejou-se tudo menos aquilo que fazia mais falta, que era realmente o Junho! agora é tarde! porque as pessoas adoeceram todas nos meses de Abril e Maio! Agora é Aguentar! ou querem fechar as fronteiras terrestres todas? Os espanhóis Fartavam-se de rir de nós? porque eles fecharam fronteiras e foi uma ofensa! até nos pediram desculpa, porque somos aliados, foi só um erro! agora está o ‘El País’ em grande! Desde a batalha dos Champions, que as nossas notícias devem ser espectaculares nos jornais dos outros países! O Sr. Presidente Rebelo de Sousa tem razão! Agora resolva-se sozinho, Sr. 1º Ministro!

    • O Marcelo diz um enorme disparate e o Costa é que tem culpa? è verdade que o Costa só tem feito disparates, mas o Marcelo não lhe fica atrás! Não se esqueça que as coisas só avançam com o aval da Assembleia e do próprio Presidente.

      “então festejou-se tudo menos aquilo que fazia mais falta” O que faz falta?! Que festejo faz falta em plena pandemia? Não é á toa que “defende” a enorme bacorada proferida pelo Presidente…

      • Concordo consigo quando diz que nenhum festejo faz falta em época de pandemia! mas, não são as festas de Abril e Maio, ou de qual seria o campeão Nacional, que interessam ao turismo! interessa ao turismo, que podem entrar, se forem testados 48h antes de passar as nossas fronteiras; porque as festas que eles gostam do nosso país, é de comer e beber! e das nossas praias! isso faz-se em Junho, Julho e Agosto! basta um recolher obrigatório à meia noite para todos, sem excepção e deixem as pessoas à vontade durante o dia, desde que tenham máscaras e que não fiquem aglomeradas: 6 pessoas por mesa em restaurantes e 10 em mesas de esplanadas! e ganhávamos todos, porque com o país em baixo, não favorece ninguém! é só isso! e estas medidas de precaução não fui eu que inventei! apenas li, em sítio onde as coisas correm bem! Eu faço parte dos reformados que têm direito a pouco! mas tenho amor ao meu país! não gosto que os outros se riam de nós! Viva Portugal.

  3. É curioso porque… O Presidente também não! O Presidente até pode tirar a confiança no Primeiro mas também não pode desautorizá-lo. Mas é como o/a AT escreve sobre o Marcelo: “Eu é que sou o Presidente da junta!!” Volta e meia, o Marcelo mostra quem realmente é. De direita! E não é uma direita “centrista”… E o AT também tem razão quando escreve “Ninguém pode garantir que não será necessário voltar atrás.”, mas o Presidente insiste. Mas pior! Continua a pedir bom senso aos portugueses quando ele próprio não o tem (e não me refiro á atual prepotência deste).

  4. No meu entender tanto presidente como primeiro-ministro começam a meter água por todos os cantos, de tanto quererem falar acabam por dar barraca e o povo começa por não os levar a sério. Quem é que pode garantir seja o que for para mais sobre um caso de saúde pública? Calados possivelmente prestarão um melhor serviço ao país!

  5. Estamos a assistir a mais um concerto dado por a grande orquestra, cujos musicos (Políticos) estão cada vez mais desafinados, vou exigir o reembolso do meu bilhete por esta execrável cacofonia !

  6. É isso mesmo, quem pode garantir seja o que for quando se trata de saúde pública? cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém.

  7. Com um presidente destes, o que se espera? no principio era o verbo… pensa numa semana, determina na semana seguinte que na próxima haveria confinamento. Temos assim o problema dos coelhos de – Leonardo Fibonacci. Os portuguese mais velos “pagaram as favas”. Continuando com manifestações partidárias, ondas na Nazaré, Miradouros de Lisboa, futebóis e fé católica. Nestes casos ninguém foi coimado, apenas os individuais, porque como diz a máxima “a união faz a força!”. Este PR só no 1º mandato saiu 56 vezes para passear, ver família na China, mas não falou do Tibete e nem na Praça de Tiananmen, mas gosta de muros e muralhas. No futebol está sempre presente, repara-se que as suas visitas coincidem sempre onde haja eventos. Na semana passada disse muito bem que se deve poupar até ao cêntimo, mas talqualmente que não se aplique a ele, a este esbanjador, pois só para vir de Porto a Lisboa, foi escoltado por dois caças. Quem faria mal a este emplastro? viciado em aparecer na TV como o mocinho do Porto, este que não faz mal a ninguém e nem sequer arrota palpites como um professor de direito. Mas porque será que estas criaturas de direito fazem as coisas tão tortas. Dizem as más línguas que o raio de ação do seu cortex é bastante limitado, não indo além de 12 cm, por isso o órgão recetor é apenas a língua. Claro que também tenho o meu lado perverso e chego a fazer comparações entre uma ditadura salazarista e uma democracia com toda esta gente que sorve dos impostos do zé povinho de Bordalo. Que criam subvenções, corruptos, tachos e tacholas e parte do povo pede esmola. Indignos q.b. e sem grande Q.I.. Em tudo tentam obter o vil metal. Não, não gosto destes – levem-nos para a reciclagem!

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