O sindicato denunciou, este domingo, a entrega de equipamentos danificados às equipas responsáveis pelo transporte de doentes suspeitos de coronavírus. No entanto, o INEM garante que todo o material é seguro.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) garante que todo o equipamento ao dispor das equipas responsáveis pelo transporte de doentes com suspeita de infeção por coronavírus é seguro, ao contrário do que alega o sindicato, que este domingo denunciou que estes profissionais estavam a receber equipamento danificado.
Contactada pela Lusa, a responsável pelo departamento de emergência médica do INEM disse que o sindicato “está mal informado”, notando que, até ao momento, foram apenas preparadas quatro ambulâncias para o transporte de doentes com coronavírus e, neste sentido, são estes os veículos que têm material para o efeito e não todas as bases.
“Nós temos só quatro ambulâncias preparadas para o efeito [em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro]. Se o evoluir da situação assim o determinar serão disponibilizadas mais ambulâncias. Inclusivamente, se for necessário, envolveremos mais meios do INEM nesse tipo de transporte ou recorreremos aos nossos parceiros, como os bombeiros e a Cruz Vermelha Portuguesa”, garantiu Fátima Rato.
Segundo esta responsável, até agora, o INEM recebeu apenas um reporte, datado de 6 de fevereiro, relativo a uma máscara que estaria danificada, tendo efetuado “todos os procedimentos para a substituir, como habitualmente”, sublinhando que esta notificação pode ser feita por vários meios e não apenas por computador.
“Gostaria de realçar que, [Rui Lázaro] sendo uma pessoa que trabalha no instituto deveria saber qual o esforço que é feito, diariamente, para darmos a melhor resposta. Se estamos de boa-fé e a preocupação são os doentes, temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance para corrigir os erros. Espera-se que as pessoas tenham uma atitude profissional e pró-ativa”, vincou.
Já relativamente às ações de formação para os profissionais do INEM, a também médica notou que foi decidido fazer uma reciclagem de conhecimentos e novas formações para a utilização dos materiais em causa, procedimentos que disse já estarem a decorrer ou prestes a iniciar-se, em todo o país, e que vão abranger todas as equipas, num total de, aproximadamente, 700 pessoas.
O instituto tem várias equipas a postos – em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro – para transportar os doentes que cumpram os critérios definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e sejam considerados como potencialmente infetados pelo novo coronavírus. As equipas devem transportar os doentes para um dos três hospitais de referência (Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, e S. João, no Porto), para serem testados.
Durante a viagem, os profissionais de saúde devem estar devidamente protegidos. No entanto, segundo avançou o Jornal de Notícias este domingo, as bases do instituto estão a receber kits que incluem máscaras sem elásticos e com encaixes quebrados e apenas um par de óculos, quando cada viatura viaja com dois técnicos.
“As máscaras recebidas não asseguram a esperada e obrigatória proteção, porque só trazem um elástico, ficando soltas no rosto”, assinalou Rui Lázaro, dirigente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, em declarações ao JN.
O mesmo sindicalista denunciou também que os profissionais não receberam formação sobre como utilizar o material nem como “lidar com potencial material contaminado”.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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