Um novo estudo revelou que o sangue jovem pode ajudar a rejuvenescer a pele. Afinal, não é só um mito das histórias de vampiros.
Nos livros e filmes de ficção, os vampiros bebem o sangue para manter a vitalidade.
É o sangue que os mantém vivos; e a busca por vasos sanguíneos é, na maior parte das histórias, o grande propósito de vida destes seres sobrenaturais.
Agora, um novo estudo prova que, em parte, os vampiros têm razão. Não, infelizmente o sangue ainda não nos permite atingir a imortalidade. No entanto, pode ajudar-nos a rejuvenescer.
Num artigo de 2023, o ZAP contou a história de Elizabeth Báthory, que, apesar de não ser vampira, terá tomado banhos de sangue de raparigas jovens para preservar a sua juventude.
O estudo publicado no Aging veio dar algum sentido à prática condessa húngara do século XVI, mostrando que, proteínas secretadas por células da medula óssea, desencadeadas por sangue jovem, como Elizabeth Báthory requeria, podem rejuvenescer pele envelhecida.
À margem da investigação, liderada pelo departamento de Investigação e Desenvolvimento da empresa de cuidados de pele Beiersdorf AG, na Alemanha, os investigadores procuraram dar seguimento a experiências com animais, nas quais ratos velhos foram rejuvenescidos ao partilhar a circulação sanguínea com ratos jovens.
Como detalha a New Atlas, foi criado um avançado sistema de “órgão-em-chip” contendo dois organoides humanos 3D – um modelo de pele de espessura total e um modelo de medula óssea, que incluía células estaminais que dão origem a células sanguíneas.
Introduziram soro sanguíneo humano jovem (menos de 30 anos) e velho (mais de 60 anos) neste sistema para ver se o soro jovem melhorava os sinais de envelhecimento na pele.
Os investigadores descobriram que, quando o modelo de pele foi exposto a soro jovem sem células da medula óssea, não houve melhoria nos marcadores de envelhecimento.
Apenas quando o modelo de pele foi co-cultivado com medula óssea e depois exposto a sangue jovem é que os cientistas observaram aumento da proliferação celular, redução da idade biológica e melhoria da função mitocondrial (produtora de energia) nas células da medula óssea.
O sangue jovem desencadeou alterações nas células da medula óssea, levando-as a segregar fatores de rejuvenescimento.
Além disso, estas células alteradas originaram proteínas que demonstraram reverter sinais de envelhecimento nos modelos de pele.
Como resume a New Atlas, os benefícios incluíram mais divisão celular, maior produção de colagénio, melhor saúde mitocondrial e maior capacidade de se converterem em células semelhantes a gordura, o que é sinal de flexibilidade regenerativa.
É importante sublinhar que estes resultados foram obtidos em modelos de tecido cultivados em laboratório. Ainda assim, o estudo aponta para uma promissora classe de potenciais ingredientes rejuvenescedores, através da medula óssea jovem. Agora só falta testar em corpos reais.
