Uma antiga namorada do copiloto da Germanwings, Andreas Lubitz, que despenhou o avião A320 nos Alpes Franceses, revela que ele lhe contou que um dia toda a gente ficaria a saber o seu nome e que, muitas vezes, acordava com pesadelos a gritar “estamos a cair”.
“Um dia vou fazer uma coisa que vai mudar o sistema todo e toda a gente vai saber o meu nome e lembrar-se”, terá dito o copiloto a esta hospedeira de bordo de 26 anos, com quem manteve uma relação breve, conforme a própria conta em entrevista ao jornal alemão Bild e segundo citação do francês Le Figaro.
A jovem, que terá tido um relacionamento amoroso com Andreas Lubitz enquanto trabalharam juntos, durante cerca de cinco meses, no ano passado, refere-se “muito chocada” com a tragédia, mas reconhece que “ele era capaz de esconder dos outros o que se passava verdadeiramente dentro dele”.
A ex-namorada do copiloto, que se identificou apenas como “Maria M.”, frisa ainda que se ele despenhou deliberadamente o avião “foi porque entendeu que, por causa dos seus problemas de saúde, o seu grande sonho de um trabalho na Lufthansa como capitão e piloto de longo curso era praticamente impossível”.
Os investigadores terão encontrado documentos atestando tratamentos médicos psiquiátricos em curso e inclusive uma alegada baixa médica, para o dia em que o copiloto estava a trabalhar no avião, que ele terá escondido da entidade empregadora.
A ex-namorada nota que Andreas Lubitz era um homem “gentil” e “muito doce” que “precisava de amor”, mas que vivia afectado por pesadelos e que, às vezes, acordava a gritar “estamos a cair”. Além disso, “enervava-se por causa das condições de trabalho“, conta a hospedeira de bordo no Bild, frisando que se queixava de que “o dinheiro não era suficiente”, do “medo pelo contrato” e da “muita pressão”.
A ideia que começa a passar pela cabeça dos que o conheciam, e que frisam a sua paixão pelo voo, é que, face a um possível impedimento de voar, por razões de saúde, ele tenha decidido acabar com a vida, e matar com ele 149 pessoas, precisamente num local de que tanto gostava.
Andreas Lubitz conheceria bem a zona dos Alpes onde o avião caiu, já que terá passado férias com os pais perto da zona, num clube de voo nas imediações.
SV, ZAP