Copiloto escondeu baixa médica que o impedia de voar

(dr) Andreas Lubitz / Facebook

Foto de Andreas Lubitz, co-piloto do avião da Germanwings, divulgada pela Paris Match

Foto de Andreas Lubitz, co-piloto do avião da Germanwings, divulgada pela Paris Match

Andreas Lubitz, o copiloto da Germanwings que terá despenhado, deliberadamente, o Airbus A-320 nos Alpes franceses, tinha tido uma depressão grave, em 2009, e terá mesmo sido considerado inapto para voar.

Estes novos dados vêm causar ainda mais estupefacção perante a queda do avião da Germanwings. O copiloto de 28 anos, que vivia com os pais em Montabaur, localidade próxima de Frankfurt, terá sofrido uma aguda depressão, durante a sua formação, em 2009.

É o jornal alemão Bild, citado pelo diário francês Le Figaro, que relata que Andreas Lubitz sofreu ataques de pânico, durante a sua formação como piloto, provavelmente motivados pelo stress. Informações confirmadas ao Bild pelo Centro Médico da Lufthansa que terá devidamente sinalizado a situação junto da companhia federal que supervisiona o transporte aéreo na Alemanha, a Luftfahrt Bundesamt.

O caso terá sido notado como um “episódio depressivo profundo, mas em decrescendo” e terá motivado tratamento psiquiátrico durante 18 meses.

Durante o estágio dos formandos da Lufthansa, em Phoenix, nos EUA, Andreas Lubitz terá ainda sido considerado “inapto” para voar, também de acordo com o Bild que nota que se referia que ele precisava de acompanhamento médico especial.

Apesar disto tudo, Andreas Lubitz começou a trabalhar na Lufthansa em Setembro de 2013, tendo acumulado 630 horas de voo, até ao trágico episódio nos Alpes Franceses.

“O piloto tinha passado todos os exames, estava 100% apto para voar sem restrições”, explica o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr.

Mas, parece evidente que alguma coisa falhou em tudo isto e o Bild constata que Andreas Lubitz estaria a viver uma “crise existencial” por causa de problemas com a namorada.

As autoridades estiveram na quinta-feira a fazer buscas na casa onde o copiloto vivia com os pais e alguns jornais internacionais indicam que foram encontrados “indícios significativos“, embora nenhuma nota de suicídio.

Segundo informações divulgadas esta sexta-feira pela procuradoria de Düsseldorf, Lubitz tinha em casa um atestado médico de baixa por doença, abrangendo o dia do acidente, que rasgou e escondeu da companhia.

A polícia alemã encontrou na casa do copiloto formulários de “atestados médicos detalhados, rasgados” que dizem também respeito “ao dia dos factos”, segundo um comunicado que não precisa a natureza da doença.

Entretanto, alguns diários dão eco a relatos que sustentam que Andreas Lubitz era considerado uma pessoa “normal”, sem aparentes problemas psicológicos.

O certo é que ele terá provocado de forma propositada a queda do avião, provocando, além da sua própria, a morte de mais 149 pessoas.

A gravação de 30 minutos obtida de uma das caixas-pretas do voo da Germanwings, conforme foi divulgado pelas autoridades que estão a investigar o acidente, indicará, sem margem para dúvidas, que o copiloto accionou o sistema de descida do avião, depois de se ter encontrado sozinho aos comandos.

O piloto terá saído para ir à casa de banho e já não conseguiu voltar a entrar na cabine, apesar de, alegadamente, ter tentado até derrubar a porta com um machado.

Nos minutos finais da gravação será possível ouvir a respiração do copiloto, mas nenhuma palavra, nem qualquer sinal de socorro emitido. Lubitz ficou em absoluto silêncio, enquanto os passageiros gritavam de desespero, nos instantes finais antes do embate.

A morte destas 150 pessoas terá sido instantânea depois de o avião ter chocado com a montanha a 700 quilómetros por hora.

SV, ZAP

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