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Contabilista do BES quer ser ouvido no Parlamento

Joanjo Aguar Matoses / Flickr

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O contabilista responsável pelas contas da Espírito Santo International (ESI), Francisco Machado da Cruz, contactou hoje telefonicamente o presidente da comissão de inquérito do BES a mostrar “inteira disponibilidade” para ser ouvido no parlamento.

“Não está fugido, não está desaparecido, não está em local desconhecido”, disse o presidente da comissão, Fernando Negrão (PSD), no arranque dos trabalhos de hoje.

Negrão acrescentou ainda que será marcada a audição de Francisco Machado da Cruz – que, foi-lhe dito, “tem estado fora do país” – numa reunião de coordenadores dos diferentes partidos.

Francisco Machado da Cruz tem estado em foco na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

A sua audição tinha sido pedida, mas as diversas acusações de que tem sido alvo motivaram o seu contacto ao presidente da comissão.

Na terça-feira, por exemplo, o antigo presidente executivo do BES Ricardo Salgado disse que “nunca” deu instruções a ninguém para “ocultar” passivos da ESI, sublinhando que se dedicava “a 100%” à área financeira do Grupo Espírito Santo (GES).

“Nunca dei instruções a ninguém para ocultar passivos do grupo”, disse, reforçando que não deu essas instruções a Francisco Machado da Cruz, contabilista responsável pelos números da ESI.

“Machado da Cruz assumiu totalmente a responsabilidade dos seus actos”, prosseguiu Salgado.

O buraco na ESI foi somente conhecido em Novembro de 2013, declarou o antigo banqueiro, frisando que em análises ao passado se verificou então as incongruências nas contas que vinham desde 2008.

“As contas foram assinadas e assumimos todos a responsabilidade. Não dei instruções para ocultação do passivo e só passámos a conhecer a situação em Novembro de 2013 e, numa análise para trás, vimos que essa situação vinha desde 2008“, sublinhou.

Frisando que Machado da Cruz prestou “bons serviços” ao longo de mais de vinte anos, e assumindo que não vê o contabilista “há largos meses”, Salgado lembrou que o responsável “assumiu totalmente a responsabilidade dos seus actos” e reiterou que não deu instruções para a ocultação de passivos.

/Lusa

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