De acordo com a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, neste momento não se sabe como foram infetados 41% dos doentes, sendo apenas possível “identificar um contacto com alguém que tivesse sintomas de covid-19 ou que fosse um caso positivo” em 59% das vezes.
Portugal enfrenta uma grande transmissão comunitária, o que significa que já não é possível descobrir qual a fonte de contágio de vários casos positivos.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse na conferência de imprensa desta segunda-feira que é uma percentagem “francamente positiva”, referindo-se aos 41% de novos casos de covid-19 em que não se conhece um link epidemiológico.
“Ao dia de hoje foi possível em 59% do casos identificar um contacto com alguém que tivesse sintomas de covid-19 ou que fosse um caso positivo”, disse Graça Freitas, que alertou para o facto de esta ser “uma situação que se pode alterar de um dia para o outro”.
As dificuldades sentidas pelos serviços de saúde pública em rastrear os contactos de todas as pessoas positivas aumentam à medida que vão sendo confirmados mais novos casos da doença, e nem sempre conseguem rastrear todos os contactos dos casos em tempo útil.
“Não se encontrou nenhuma relação entre a abertura das escolas e o aumento do número de casos. Primeiro, porque os casos das escolas são relativamente limitados e isolados. Pensa-se que a maior parte das vezes foram contraídos na comunidade e não ao contrário”, apontou a Diretora-Geral da Saúde, quando questionada sobre uma possível ligação entre o início do ano letivo presencial e o aumento de novos casos.
“Continuamos a ter um padrão de transmissão que é iminentemente familiar/social”, acrescentou Graça Freitas.
É possível inverter o aumento com “medidas eficazes”
O professor de Epidemiologia na Universidade de Lisboa, Manuel Carmo Gomes, um dos peritos que colabora com a Direção-Geral da Saúde, aponta para um agravamento da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, apontando para os 4 mil casos diários já em novembro.
Mas a Ministra da Saúde, Marta Temido, defende que estes cálculos podem ser invertidos se forem tomadas “medidas eficazes”.
No final de uma reunião com o Presidente da República, Marta Temido recordou que o Governo tem “procurado sempre atuar de acordo com aquilo que é a informação epidemiológica, a sua evolução, e os princípios da proporcionalidade, mas também da precaução em saúde pública”.
“Será com base nestas nestes dois eixos que continuaremos a tomar decisões procurando obviamente acompanhar aquilo que é o desejo de todos“, afirmou, para se encontrar “um equilíbrio o mais virtuoso possível entre a capacidade” de o país se manter a funcionar como sociedade e os bens que é preciso proteger.
Segundo noticia a TSF, as medidas de saúde pública são determinadas com uma periodicidade que o Governo tem procurado “sempre garantir” e que são comunicadas na sequência de reuniões do Conselho de Ministros.
“São medidas que não competem ao Ministério da Saúde e, portanto, neste momento o nosso foco é de aplicar as medidas que foram determinadas na última reunião do Conselho de Ministros e aplicá-las adequadamente e garantir o seu cumprimento e continuar a trabalhar em duas vertentes que me parecem muito importante”, disse.
Quanto aos números da pandemia no país, a governante volta a apelar à responsabilidade de cada cidadão. “Claro que os cálculos resultam na aplicação de modelos matemáticos que nós podemos inverter se conseguirmos tomar medidas eficazes. Isso depende de cada um de nós e eu não posso deixar de voltar a fazer essa referência”, sublinhou
“Não podemos ficar fechados todo o inverno”
Lacerda Sales foi também questionado esta segunda-feira sobre um possível paralelismo entre o País de Gales, que entrará em confinamento nos próximos dias, e Portugal, onde o número de novos casos ultrapassou os dois milhares na última semana.
“Cada país tem usado a sua estratégia e estamos a aprender uns com os e outros. Obviamente que estamos a todo o custo a evitar o confinamento porque não podemos ficar fechados todo o inverno”, argumentou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
Apesar de o País de Gales ter optado pelo confinamento nas próximas duas semanas, o governante avisa que em Portugal esse regime não será obrigatório se o comportamento individual corresponder às diretrizes da Direção-Geral da Saúde.
“Essa é uma exigência no meio laboral e familiar: não podemos baixar a guarda”, exortou Lacerda Sales, lembrando, no entanto, que todos os cenários são possíveis, dada a imprevisibilidade da pandemia.
Ainda assim, num apelo à serenidade, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu que o SNS está preparado para “continuar a dar resposta” aos circuitos covid e não-covid. Para António Lacerda Sales, “o estado de emergência aplica-se quando a ameaça é de grande gravidade” e “não estamos nessa fase”.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe
É impossível o confinamento porquê? Pela simples razão que a economia antes da pandemia já estava pela hora da morte. Sendo assim não há milagres. A China está a conseguir controlar porque incrementamétodos que o resto dos países não conseguem, porque não tem batalhas politicas. A economia China está em crescimento e nós Europeus e não só estamos na M—- porque não há dinheiro p/ SNS para a população que paga impostos, taxas e taxinhas p/ manter esta corja de politicos e afins. Deixam os países na bancarrota e despois só se salva quem tiver meios para isso e mesmo assim …
Isto não é de estranhar pois ambas desde o princípio da epedemia que ainda não sabem o que se está a passar.