A Comissão de Inquérito ao caso Banif começa, nesta semana, as primeiras audições, mas ainda sem ter disponível todos os dados solicitados para apurar responsabilidades, nomeadamente da parte das instituições europeias.
O presidente da Comissão, António Filipe, afirma à TSF que “não tem havido vontade de colaborar por parte das instituições europeias”, e queixa-se que tanto o Banco Central Europeu (BCE), como a Direcção-Geral da Concorrência Europeia (DG Com) e a Comissão Europeia ainda não responderam aos pedidos de informação quanto às suas “responsabilidades e intervenção” no caso.
Recentemente, foi também notícia o facto de o Banco de Portugal ter recusado entregar à Comissão uma avaliação à sua supervisão no âmbito do caso BES.
Ainda assim, António Filipe refere à TSF que a Comissão ao Banif espera poder “contar com a colaboração de todas as entidades” e garante que vai continuar a tentar obter as necessárias respostas, nem que seja “por escrito”.
O deputado comunista avisa que as Comissões de Inquérito “têm poderes das autoridades judiciais e podem derrogar o segredo profissional e bancário, desde que sejam tomadas medidas para salvaguardar a confidencialidade de documentos”.
As audições começam nesta terça-feira, 29 de Março, com os depoimentos dos antigos administradores do Banif, Joaquim Marques dos Santos e Jorge Tomé. O último administrador do banco, Luís Amado, vai ser ouvido na quarta-feira.
Na quinta-feira, será a vez de o ex-administrador do Banco de Portugal, António Varela, que se demitiu do cargo no início de Março, prestar esclarecimentos.
ZAP