Portugal pode entrar na linha de produção de vacinas contra a covid-19. Carlos Carreiras diz que a fábrica de Sintra consegue produzir 400 milhões de doses por ano, mas, para isso, a Rússia tem de enviar o preparado da Sputnik V.
Numa entrevista ao jornal Sol, Carlos Carreiras, autarca de Cascais, explica que a linha de produção é semelhante à de um refrigerante: “Imagino isto como uma receita: dizem–nos qual é a receita e enviam a vacina pré-cozinhada. É como a fórmula da Coca-Cola, por aquilo que entendo: há uma fórmula para o mundo inteiro que é igual.”
Por ano, poderiam ser produzidas 400 milhões de doses de vacinas Sputnik V na fábrica de Sintra, a Hikma. Carreiras reconhece, no entanto, que Portugal não tem capacidade para produzir a vacina do princípio ao fim, sendo que o preparado inicial teria sempre de vir do estrangeiro.
O presidente da Câmara de Cascais diz que nunca conversou com a Hikma, de capital jordano, sobre qual seria exatamente o seu papel na produção de montagem.
“Tanto quanto percebi, há um concentrado que não consegue fazer, mas consegue ter as condições fabris para a fase de pré-enchimento e enchimento dos frasquinhos. Tem de vir um concentrado, com um pré-produto final, que leva um tratamento”, explica ao semanário.
Já em relação ao negócio com a Rússia, salvaguardou que não está fechado, adiantando que há apenas um “princípio de acordo. “Eles estão na disposição de nos disponibilizar quer através da compra quer da patente. Acho que não se chama vender, mas sim ceder a patente”, referiu.
Ainda segundo as declarações do autarca, o país produtor da Sputnik V tem interesse em conhecer a Hikma.
“Já identificámos a fábrica, a Hikma, em Terrugem, Sintra, que poderá produzir vacinas de imediato, 400 milhões de doses por ano. A Câmara de Cascais não faz negócios de vacinas, encontra os vários players. Foi-me dito que isto não prejudica em nada os compromissos normais que esta fábrica tem”, acrescenta Carlos Carreiras.
Quanto à cedência e pagamento da patente, que implicará custos elevados, o autarca diz que isso é uma negociação que cabe ao Governo de António Costa.
Depois de o fármaco ser aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, “só o Infarmed pode fazer essa aquisição”. “É preciso envolver as autoridades em todo o processo e terá de ser estabelecida uma negociação entre o Governo, o laboratório Hikma, que vai produzir as vacinas, e a autoridade com a qual se estiver a negociar”, esclarece.
A Hikma é uma das maiores produtoras de medicamentos injetáveis em Portugal, e investiu 30 milhões de euros na expansão da fábrica de Sintra em 2019.
A Sputnik V, que embora não esteja ainda aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos, já tem os seus representantes comerciais a procurar parceiros para a fabricar em vários países, uma vez que a capacidade de produção russa não é suficiente para satisfazer o mercado nacional e a exportação.
Cerca de seis dezenas de países aprovaram já a Sputnik V. Esta vacina usa uma tecnologia semelhante à da AstraZeneca e à da Johnson & Johnson.
Para já, ainda não são conhecidos com a Sputnik V efeitos secundários como o tipo raro de tromboses que se está a verificar com as outras duas vacinas do mesmo tipo.
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Este fala como se fosse ele o dono do laboratório, o que as eleições fazem aos políticos ate falam em nome das empresas como se elas fossem propriedade deles, cagança e pó de talco é que não lhes falta
Um PSD de Paços Coelho, defender qualquer coisa de Origem Russa não será por bondade, mas esta Pandemia tem sido boa para muita gente é um facto, não sei, para ultrapassar uma barreira que parecia impossível…………
Este deveria apoiar o desenvolvimento da vacina portuguesa que pelos vistos sera melhor que muitas no mercado… e e nossa…