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Catalunha partida ao meio decide hoje o seu futuro

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Andreu Dalmau / EPA

Uma jovem com a bandeira “estrelada” catalã e uma jovem com a bandeira espanhola a caminho de protestos em Barcelona contra a violência policial no dia do referendo pela independência da Catalunha

As urnas abriram hoje na Catalunha com uma grande afluência de eleitores desde a primeira hora, que foram votar numas eleições chave para o futuro da região, imersa num profundo debate entre partidários e contrários à independência.

Os centros de votação estarão abertos desde as 9 horas (8 horas em Portugal) até às 20h (19h em Portugal) para que 5.554.395 catalães possam escolher os 135 deputados que compõem o Parlamento regional entre um total de 38 candidaturas.

Segundo as sondagens, espera-se uma participação em massa, superior a 80%, apesar das eleições serem realizadas num dia laboral, algo que não acontecia em Espanha desde as eleições gerais de 1982.

Estas eleições têm um caráter excecional, já que foram convocadas pelo Governo espanhol após destituir o Executivo regional após a declaração ilegal de independência da Catalunha do passado 27 de outubro.

Além disso, os cabeças de lista dos dois principais partidos independentistas, o ex-presidente catalão Carles Puigdemont e o seu ex-vice-presidente Oriol Junqueras, vivem este dia de maneira incomum.

Puigdemont fugiu para a Bélgica de modo a não responder perante a justiça espanhola pelo seu envolvimento no processo separatista e lá não se registou no consulado espanhol para poder votar desde o estrangeiro, pelo que “cedeu” o seu voto a uma jovem de 18 anos.

Junqueras votou pelo correio desde a prisão de Estremera, em Madrid, onde se encontra desde o passado 2 de novembro, investigado por rebelião, sedição e desvio de fundos.

Esta é a quarta vez em sete anos que os catalães realizam eleições regionais, após as de 2010, 2012 e 2015, exemplo da instabilidade política vivida pela região, marcada pelo debate independentista dos últimos tempos.

Partidos unionistas tentam “roubar” maioria aos independentistas

As últimas sondagens dão um empate técnico entre os dois blocos sem que nenhum consiga a maioria, mas o aumento da taxa de participação e a transferência votos dentro de cada bloco torna o resultado imprevisível.

O partido constitucionalista de direita liberal Cidadãos e os independentistas da Esquerda Republicana (ERC) parecem destacar-se na luta pela vitória, apesar se estarem muito longe da maioria absoluta e obrigados a negociar coligações muito difíceis.

A campanha eleitoral foi caracterizada pela ausência de vários candidatos suspeitos de delitos de rebelião, sedição e peculato: uns detidos preventivamente, como o vice-presidente do governo regional anterior, Oriol Junqueras, outros refugiados na Bélgica, como o ex-presidente do Governo regional, Carles Puigdemont.

Este último fez campanha eleitoral em direto por videoconferência apresentando-se como o presidente ainda em funções do executivo regional e como refugiado político em Bruxelas.

Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados num total de 135 no parlamento regional, o que lhes permitiu formar um governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

// Lusa

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1 Comment

  1. Se neste caso o direito a voto fosse apenas dos catalães certamente a música seria outra mas como há largos milhares de emigrantes espanhóis e muitos condicionalismos por parte do governo de Madrid a luta será mais renhida, mesmo assim se verá quem ganhará!.

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