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Juíza quer que prisão vigie cartas de viúva Rosa Grilo

António Pedro Santos / Lusa

Rosa Grilo (D), mulher e suspeita no envolvimento na morte do triatleta Luís Grilo, à chegada ao Tribunal

A juíza do Tribunal de Vila Franca de Xira, que tem a seu cargo o processo do homicídio do triatleta Luís Grilo, abriu a porta a que todas as cartas da viúva, presa preventivamente em Tires, possam ser abertas.

A decisão da magistrada, que já proibiu contactos de Rosa Grilo com o amante António Joaquim, admite que os contactos possam ser feitos por interpostas pessoas, ou seja, por carta enviada a terceiros.

A decisão já mereceu um recurso por parte das defesas dos arguidos que contestam que a correspondência de Grilo seja aberta – o que já aconteceu pelo menos uma vez, quando a diretora da cadeia intercetou uma carta da mulher.

Não é conhecido o conteúdo da missiva – que seria enviada da cadeia de Tires, para o estabelecimento anexo à Polícia Judiciária, onde está António Joaquim, segundo avança o Correio da Manhã.

Porém, o Ministério Público sustenta em despacho que a apreensão do documento é fundamental, já que poderá indiciar a preparação de uma estratégia de defesa conjunta entre os dois arguidos.

Segundo o mesmo jornal, neste momento, encontram-se pendentes pelo menos mais dois recursos, para a Relação de Lisboa. Os dois arguidos contestam a prisão preventiva a que estão sujeitos, mas ainda não está marcada qualquer data para a decisão dos juízes desembargadores.

Entretanto, dias antes do Natal, a juíza de instrução decidiu manter a prisão preventiva dos suspeitos, no âmbito da revisão dos pressupostos da medida de coação. Para a magistrada, continua a haver perigo de fuga e perigo de destruição de provas.

A acusação do processo da morte do triatleta tem de ser deduzida até aos últimos dias de março, data em que faz seis meses que os arguidos estão em prisão preventiva.

Luís Grilo, de 50 anos, residente em Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, desapareceu a 16 de julho sem deixar rasto depois de sair para um treino de bicicleta.

O corpo foi encontrado com sinais de violência mais de um mês depois do desaparecimento e em adiantado estado de decomposição, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa. A PJ adiantou que o homem terá sido assassinado com um tiro na cabeça.

Quando o corpo de Luís Grilo foi encontrado, o Laboratório de Polícia Científica conseguiu ligar Rosa Grilo ao crime, com a descoberta de vestígios de ADN no saco de plástico que cobria a cabeça do falecido.

Rosa Grilo, mulher do triatleta, foi detida por suspeita de ter mandado matar o marido. O outro detido é António Joaquim, de 42 anos, com quem a viúva teria uma relação amorosa e seu alegado cúmplice. Ambos estão indiciados pelo crime de homicídio qualificado e profanação de cadáver.

A PJ também encontrou vestígios de sangue no quarto do casal, na moradia onde viviam. Além disso, o tapete onde Luís Grilo foi encontrado morto, seria idêntico a um conjunto de tapetes do quarto do casal.

ZAP //

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