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Bombeiros prioritários na vacinação. Apenas 61% dos portugueses quer tomar a vacina assim que possível

Paulo Cunha / Lusa

Os bombeiros também vão ser vacinados contra a covid-19 durante a primeira fase de vacinação, de acordo com o presidente Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que questionou a secretária de Estado da Administração Interna sobre o tema.

No final da reunião, em que a inclusão dos bombeiros nos grupos prioritários no programa de vacinação contra a covid-19 foi um dos temas em cima da mesa, Jaime Marta Soares disse à agência Lusa que a questão ficou esclarecida.

“Penso que no primeiro período possam ser vacinados cerca de 12.500 bombeiros. Essa é uma perspetiva que está devidamente esclarecida, mas que passará também pela quantidade de vacinas que o país possa importar”, referiu.

Depois de apresentada a primeira versão do Plano de Vacinação covid-19, em que são definidos os grupos prioritários para as primeiras fases, a LBP lamentou que os bombeiros “não sejam citados expressamente” no grupo dos profissionais de serviços críticos.

Na altura, a Liga afirmou que o plano parecia “esquecer quem tem estado ao longo do país na primeira linha da resposta à pandemia com esforço e riscos acrescidos associados”.

A dúvida ficou agora esclarecida e a expetativa que o Governo transmitiu, segundo Jaime Marta Soares, é a de que entre janeiro e março (o período em que deverá decorrer a primeira fase) sejam vacinados 12.500, dos mais de 30 mil bombeiros existentes em Portugal.

Durante a reunião com a secretária de Estado Patrícia Gaspar, o presidente da LBP questionou também o Governo sobre o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) e o motivo para terem de deixado de ser enviados às corporações, e também daí saiu uma promessa.

“Fomos informados de alguns [EPI] vão ser distribuídos, mas continuam a estar muto aquém das necessidades e dos gastos que efetivamente temos nessa matéria”, sublinhou.

61% dos portugueses quer tomar a vacina já

Segundo uma sondagem feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, citada pelo jornal Público, à pergunta “Quando chegar a sua vez de ser vacinado, como vai reagir?”, 8% dos portugueses respondeu taxativamente que não vão querer ser vacinados e 24% declarou que vão adiar algum tempo a sua vez.

O Público revela que apenas 61% se declararam disponíveis para receber a vacina assim que forem chamados.

Esta falta de recetividade dos portugueses surge numa altura em que as vacinas estão prestes a começar a ser administradas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo o mesmo jornal, a explicação para estas reticências face à vacinação poderá encontrar-se na perigosidade percebida do vírus.

A comparação com os resultados do inquérito de abril mostra, que a percentagem dos que consideram o vírus “muito perigoso” para os outros desceu de 87% para 73% e, para si próprio, desceu de 67% para 53%.

Em abril, apenas 8% dos portugueses considerava o vírus pouco perigoso para si próprios. Agora, essa proporção subiu para os 15%. Quanto à avaliação da perigosidade para a população em geral, em abril, apenas 1% chassificou-o como “pouco perigoso” e, agora, são já 4%.

Portugal contabiliza pelo menos 5.733 mortos associados à covid-19 em 353.576 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Maria Campos, ZAP // Lusa

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