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Banco de Portugal “confiscou depósitos de pessoas alheias” à queda do BES

Darwinius / Wikimedia

Edifício do Banco de Portugal no Funchal

Edifício do Banco de Portugal no Funchal

O ex-administrador executivo do BES, Rui Silveira, acusou o Banco de Portugal (BdP) de ter confiscado depósitos de familiares dos gestores do banco, no âmbito da sua intervenção na instituição, em desrespeito pelos direitos constitucionais.

“O BdP não se coibiu de, no completo desrespeito por elementares direitos, liberdades e garantias individuais constitucionalmente consagrados, confiscar depósitos em numerário de terceiros, em função do grau de parentesco, afinidade, ascendência ou descendência relativamente a ex-membros dos órgãos sociais do BES”, afirmou o responsável no parlamento.

Segundo Rui Silveira, tal atitude compreende uma “responsabilização, sancionatória por atos que não praticaram e com base na dupla presunção de que agiram por conta daqueles que, por seu turno, supostamente terão praticado actos lesivos de interesses do banco, o que, diga-se em abono da verdade, nem aquando das nacionalizações operadas em 1975, alguém se lembrou de decretar”.

Estas declarações surgiram logo na longa intervenção inicial do ex-administrador do Banco Espírito Santo (BES) na sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/Grupo Espírito Santo (GES).

Silveira “entrou a pés juntos” e deu “formidável teoria da conspiração”

O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim acusou o ex-administrador executivo do BES de ter entrado no parlamento “a pés juntos”, apresentando uma “formidável teoria da conspiração” sobre o banco e o Grupo Espírito Santo.

“Entrou, como se diz no futebol, a pés juntos”, disse o coordenador do PSD na comissão de inquérito ao caso BES e Grupo Espírito Santo (GES), Carlos Abreu Amorim.

O parlamentar referia-se à intervenção inicial de Rui Silveira, na qual o antigo responsável considerou que a medida de resolução aplicada ao BES foi “excessiva e ilegal” e com a “participação ativa” da Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Governo e Banco de Portugal.

Para Carlos Abreu Amorim, a “formidável teoria da conspiração” de Silveira “não tem qualquer adesão à realidade“, até porque denuncia o que seria um “propósito tenebroso e sinistro”, o de ter sido provocada a derrocada de um banco que, na opinião do ex-administrador, seria sólido.

/Lusa

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