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Novos casos e novo máximo de mortes. Austrália e Nova Zelândia dão passo atrás no desconfinamento

Sebastião Moreira / Lusa

A Austrália e a Nova Zelândia viram-se obrigadas a recuar no seu processo de desconfinamento depois de terem sido registados novos casos de covid-19 naqueles países.

As autoridades do estado australiano de Victoria contabilizaram 21 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário desde o início do surto na capital regional, Melbourne.

O chefe do executivo de Victoria, Daniel Andrews, informou que 16 destas mortes ocorreram em lares de idosos, onde 1.929 pessoas, incluindo trabalhadores, continuam infetadas com o novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Além disso, nas últimas 24 horas registaram-se 410 novas infeções, de acordo com as autoridades de saúde.

Desde o início da pandemia, Victoria acumulou 16.650 casos do novo coronavírus, o que representa 75% do total da Austrália, com 22.100 infeções.

Na origem do novo surto de covid-19 naquele estado terão estado violações das regras de segurança nos hotéis designados para realizar a quarentena obrigatória de viajantes vindos do estrangeiro. De acordo com a imprensa local, os seguranças terão deixado os viajantes sair dos quartos ou mesmo tido relações sexuais com pessoas em quarentena.

Em 8 de julho, Melbourne, a segunda cidade mais populosa do país, foi colocada novamente em confinamento até 20 de agosto, após o fracasso das medidas para evitar a propagação do vírus.

O novo surto levou as autoridades de Victoria a impor a utilização de máscaras em Melbourne e na cidade rural de Mitchell, também sob confinamento, uma medida sem precedentes na Austrália. O estado limítrofe de Nova Gales do Sul também encerrou, pela primeira vez em cem anos, a fronteira interna com Victoria, para evitar a propagação da doença.

Com 25 milhões de habitantes, a Austrália contabilizou mais de 22 mil casos de covid-19 desde o início da epidemia no país, em março, além de 352 mortos.

Nova Zelândia ordena confinamento de lares

Os lares de idosos na Nova Zelândia foram colocados em confinamento, após o reaparecimento de novos casos de covid-19 ao fim de 102 dias sem contágios locais, anunciou a primeira-ministra, Jacinda Ardern. “Compreendo como será difícil para aqueles que têm entes queridos nestas instalações, mas esta é a forma mais forte de os proteger”, disse a chefe do executivo.

Na terça-feira, Ardern já tinha ordenado o restabelecimento do confinamento da maior cidade do país, Auckland, após o aparecimento de quatro casos do novo coronavírus ao fim de 102 dias sem registo de qualquer contágio local. Os quatro casos foram identificados na mesma casa, mas a origem é desconhecida.

Auckland entrou no nível três das medidas de confinamento, o que significa que a população deverá ficar em casa e os bares e outros negócios terão de fechar portas.

A primeira-ministra neozelandesa admitiu a possibilidade de adiar as eleições, agendadas para 19 de setembro.

A Nova Zelândia, que registou 22 mortes causadas pela covid-19, numa população de cinco milhões de pessoas, está sem casos de transmissão local desde 1 de maio.

Alemanha. Aumento de casos após abertura de escolas

O ano escolar na Alemanha está a recomeçar de modo faseado, como acontece todos os anos. Hamburgo e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, ambos no Norte, foram os primeiros a recomeçar as aulas. Porém, de acordo com o jornal Público, as aulas foram suspensas ao quarto dia num liceu na cidade de Ludwigslust, depois de uma professora ter tido um teste positivo.

Em Rostock, depois de um aluno de uma escola básica ter tido um teste positivo, 67 colegas e professores foram postos em quarentena.

Em Rostock, depois de um aluno de uma escola básica ter tido um teste positivo, 67 colegas e professores foram postos em quarentena.

No estado de Schleswig-Holstein, que recomeçou esta segunda-feira as aulas, uma escola básica encerrou depois de uma professora ter recebido um teste positivo. Uma segunda escola registou um caso ligado a esta, da irmã de um aluno infetado, e dois anos tiveram aulas suspensas.

Em Hamburgo, foram detetadas infeções num liceu, numa escola básica, e um potencial caso num segundo liceu, levando à suspensão das aulas para alguns anos.

ZAP // Lusa

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