Assis diz que Galamba já devia ter deixado Governo “há muito tempo”

Tiago Petinga / Lusa

O antigo líder parlamentar do PS Francisco Assis afirmou hoje que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, já devia ter deixado o Governo “há muito tempo”.

“Devo dizer que João Galamba já não devia fazer parte do Governo há muito tempo”, afirmou o presidente do Conselho Económico e Social em declarações aos jornalistas das televisões, no Porto, antes da apresentação do livro de ensaios sobre cinema e literatura de Eduardo Paz Barroso.

Francisco Assis, que já se colocou fora da corrida à liderança do PS, disse ainda acreditar que as eleições internas só terão dois candidatos, José Luís Carneiro, ainda ministro da Administração Interna, e o antigo ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, que elogiou.

O primeiro-ministro, António Costa, reúne-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na terça-feira, para abordar a situação no Governo do ministro das Infraestruturas, disse hoje à Lusa fonte do executivo.

Na quinta-feira, à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, em Lisboa, o primeiro-ministro já tinha afirmado que iria falar com o chefe de Estado sobre a situação do ministro no executivo.

João Galamba foi constituído arguido no processo que envolve negócios com lítio em Boticas e Montalegre, hidrogénio e o centro de dados de Sines

O primeiro-ministro faz hoje uma comunicação ao país a partir da residência oficial em São Bento, às 20:00, disse à Lusa fonte oficial do gabinete do chefe do executivo. Não há qualquer informação acerca do teor da comunicação do primeiro-ministro.

Na sexta-feira, numa audição no âmbito da proposta do Orçamento do Estado para 2024, João Galamba garantiu que não irá apresentar a demissão, considerando que essa é uma decisão que compete ao primeiro-ministro.

Na terça-feira, na sequência do caso judicial que o relaciona com negócios de lítio e hidrogénio, o primeiro-ministro apresentou a sua demissão a Marcelo Rebelo de Sousa e anunciou que não iria recandidatar-se nas eleições legislativas antecipadas, entretanto marcadas pelo chefe de Estado para 10 de março.

O também secretário-geral do PS é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça após suspeitos neste processo terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Cinco pessoas foram detidas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

As eleições diretas para a sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral do PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro – em simultâneo com a eleição de delegados – e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.

ZAP // Lusa

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