Galamba suspeito em quatro negócios (e destaca-se no inquérito do MP)

8

Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, durante a sua audição na comissão Parlamentar de Inquérito à TAP

Ministro das Infraestruturas interveio “em praticamente todas as matérias” da investigação. Tinha haxixe em casa.

“Destaca-se desde logo João Galamba, primeiro como secretário de Estado e depois como ministro das Infra-estruturas, o qual tem vindo a intervir em praticamente todas as matérias objecto da investigação“.

O documento do Ministério Público, citado no jornal Público, coloca em evidência o papel que o ministro das Infraestruturas tem na investigação que derrubou o Governo.

Em 2019 foi aberto um inquérito-crime por suspeitas de corrupção, envolvendo o então secretário de Estado da Energia, João Galamba. Em causa alegadas irregularidades na concessão à empresa Lusorecursos, no negócio do lítio em Montalegre.

Agora o Ministério Público foca-se no facto de a Direcção-Geral da Energia (ou seja, o Estado) ter assinado o contrato para a exploração da mina em Montalegre “com uma sociedade distinta da que assinara o contrato de prospecção e pesquisa em Dezembro de 2012 e da que apresentara antes o pedido de concessão”.

Esse contrato duvidoso terá beneficiado Ricardo Pinheiro, um dos donos da empresa concessionária (acusado por um sócio de ter dado um “golpe palaciano”).

A queixa-crime que foi apresentada ao Ministério Público alega que Galamba e Matos Fernandes – ministro do Ambiente na altura – sabiam desse processo duvidoso.

Há outra suspeita: o Estado pode “ter imposto de forma indevida” a entrada da Galp na empresa Savannah – dona da exploração de lítio na mina do Barroso, em Boticas. Mais uma vez com o “dedo” Matos Fernandes e de João Galamba.

Aliás, segundo o Ministério Público, Galamba tentou “interferir indevidamente” nas decisões da Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, ambas entidades neste processo.

Estes dois casos envolvem lítio. Em relação ao hidrogénio, a mesma dupla – Matos Fernandes e João Galamba – terá “obrigado” o Resilient Group a participar com REN, EDP e Galp num projecto de produção de hidrogénio verde em Portugal.

Já o projecto de Sines, o Start Campus, também envolve suspeitas à volta do ministro das Infraestruturas. João Galamba terá estado constantemente, e desde o início, a falar com os promotores deste projecto de centros de armazenamentos de dados – totalmente alimentados por energias renováveis.

Droga em casa

A casa de João Galamba foi um dos muitos locais alvo de buscas na terça-feira (a residência oficial de António Costa foi outro).

O jornal Público avança que foi encontrada droga na casa do ministro das Infraestruturas; uma pequena quantidade de haxixe, dentro do valor legal para auto-consumo. Não é crime.

Na casa de Galamba foram também apreendidos telemóveis e computadores para extrair informação.

Escutas a António Costa

O primeiro-ministro foi apanhado, acidentalmente, em escutas. Foram captadas conversas precisamente com João Pedro Matos Fernandes e com João Galamba.

De acordo com o Correio da Manhã, Supremo Tribunal de Justiça validou três escutas telefónicas que envolvem António Costa.

Na conversa com Matos Fernandes, o assunto foi a refinaria de lítio: localização, eventuais interessados e eventual parceria com Espanha.

Os suspeitos não sabiam que tinham os telemóveis sob escuta.

ZAP //

8 Comments

  1. Será que só há drogados no PS? Normalmente é nos mais ricos … nos filhinhos de papás.
    Cada um deve ser responsabilizado pelos seus atos.
    Tão culpado é o corrompido como o que corrompe.

  2. Como é que um individuo que consome haxixe pode alguma vez ter um cargo publico tão importante como Secretário de Estado ou Ministro?

  3. Consumir haxixe parece não ser crime, quem foi o fornecedor? será que passou factura da venda? este País cada vez esta uma maravilha, é só corruptos, parece que não chega os vencimentos elevados que estes levam ao fim do Mês.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.