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Assange pode suicidar-se se for extraditado para os EUA, diz advogado

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acidpolly / Flickr

Julian Assange, fundador do WikiLeaks

Esta segunda-feira, o advogado Edward Fitzgerald avisou que Julian Assange pode suicidar-se se for extraditado para os Estados Unidos.

Julian Assange pode suicidar-se se for extraditado para os Estados Unidos, avisou um dos seus advogados de defesa, Edward Fitzgerald, num tribunal em Londres, no Reino Unido.

Por sua vez, os advogados que requerem a sua extradição disseram que o fundador do WikiLeaks deve ser extraditado e julgado em solo americano por ser um “vulgar criminoso” e ter posto em risco as vidas de centenas de informadores dos serviços de inteligência.

De acordo com o Público, o julgamento sobre o pedido de extradição começou esta segunda-feira no tribunal londrino. Caso seja extraditado, Julian Assange será acusado de 18 crimes e corre o risco de ser condenado a uma pena de prisão de até 175 anos.

A defesa do fundador do site argumentou que a extradição pode levá-lo a suicidar-se ao pô-lo numa situação desumana e de tratamento degradante, dado que a pena de prisão será desproporcionada.

Na semana passada, dois deputados australianos, George Christensen e Andrew Wilkie, já tinham denunciado que Assange está a sofrer “tortura psicológica” na prisão de alta segurança, onde se encontra detido desde maio.

“Não quero falar de forma demasiado pejorativa sobre o estado em que o vimos, mas era o género de estado que se espera de um homem que foi absolutamente privado e isolado e que não sabe o que se está a passar”, disse Christensen, citado pelo Sydney Morning Herald. “Ficou claro para nós que o seu estado mental não é bom.”

Também em novembro, dezenas de médicos escreveram uma carta aberta a alertar que Julian Assange poderia morrer na prisão se não recebesse, o mais depressa possível, os cuidados médicos necessários.

 

Além de se basear em questões de saúde, a defesa do australiano alega ainda que os Estados Unidos querem a extradição por “motivos políticos“, depois de ter denunciado que o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, lhe ofereceu um perdão presidencial em troca de dizer que a Rússia não esteve envolvida no roubo de e-mails democratas em 2016.

“O Presidente Trump chegou ao poder com uma nova abordagem à liberdade de expressão e nova hostilidade para com a imprensa, declarando efetivamente guerra aos jornalistas de investigação”, disse Fitzgerald, referindo que a Administração de Obama tinha decidido não acusar Julian Assange.

James Lewis, advogado que representa os EUA em tribunal, recusou qualquer motivação política e caracterizou Assange como um “vulgar criminoso” que ajudou a divulgar documentos secretos, pondo em risco as vidas de centenas de informadores dos serviços secretos e Departamento de Estado.

Nesse sentido, James Lewis defendeu ainda que Julian Assange não pode usar o jornalismo como desculpa para a pirataria informática e que não cabe ao tribunal britânico decidir se ele é um jornalista ou um hacker.

Assange divulgou 250 mil documentos confidenciais do Departamento de Estado e vídeos das Forças Armadas que provaram crimes de guerra no Iraque e no Afeganistão. Em 2012, procurou refúgio na embaixada do Equador em Londres e por lá se manteve durante sete anos, até as autoridades equatorianas lhe revogarem acolhimento.

Em abril de 2019, a polícia britânica deteve-o por ter violado a liberdade condicional e está detido desde então numa prisão de alta segurança aguardando a decisão do tribunal britânico sobre o pedido de extradição norte-americano.

ZAP //

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