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Após um caso confirmado, mais de 70 nepaleses ficam em quarentena em escola de Faro

Mário Cruz / Lusa

Um grupo de 74 imigrantes nepaleses que trabalham na agricultura em Faro foram colocados em quarentena numa escola depois de um ter sido confirmado como caso de Covid-19.

Os nepaleses trabalham numa empresa de trabalhos temporários, que fornece mão de obra a várias propriedades agrícolas. Um dos trabalhadores testou positivo para novo coronavírus e cinco têm sintomas. O caso foi confirmado este domingo.

De acordo com a SIC Notícias, os trabalhadores nepaleses irão ficar no pavilhão da E.B. 2/3 Santo António, onde foram colocadas mesas, cadeiras e camas. Serão em seguida sujeitos a testes de despiste.

A ação de recolha destes trabalhadores foi desencadeada pelo delegado de saúde local, em cooperação com a Proteção Civil. A operação está a ser acompanhada pelo SEF e sob vigilância da PSP.

Quase 800 escolas abertas para alunos

Quase 800 escolas estão a partir desta segunda-feira de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados e acolher os filhos de pessoal hospitalar e de emergência, segundo dados do Ministério da Educação.

Dos cerca de 3.500 estabelecimentos escolares existentes no continente, quase 800 estão classificados como “escolas de referência para o serviço de refeições e acolhimento de filhos do pessoal hospitalar e de emergência”, segundo dados da Direção-Geral dos Estabelecimento Escolares (DGEstE).

Estas 800 escolas serão a exceção à decisão de encerrar todos os estabelecimentos de ensino desde creches a universidades e politécnicos, uma das medidas avançadas no final da semana passada pelo Governo para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus.

A região norte é a que terá mais estabelecimentos de ensino abertos, quase 300 escolas. No Algarve, há 232 “escolas de referência” e na zona de Lisboa e Vale do Tejo são 194. No centro, abrem portas 91 estabelecimentos e no Alentejo são 62.

Num país em Estado de Alerta, o ensino faz-se à distância e cerca de dois milhões de alunos ficam em casa. Só os filhos de profissionais de saúde e das forças de segurança é que poderão ter que continuar a ir à escola, para que os pais possam ir trabalhar.

A ministra da Saúde explicou que em alternativa às escolas, os pais podem também optar por escolher uma pessoa para ficar com os filhos e essa educadora ficará com o subsídio que os pais receberiam se ficassem em casa a tomar conta dos filhos.

As escolas estarão abertas para garantir que as crianças mais desfavorecidas não perdem o direito às refeições devido à situação que se vive no país.

Médicos luso-venezuelanos querem ajudar

Um grupo de 21 médicos luso-venezuelanos comunicou às autoridades de saúde portuguesas que está disponível para ajudar a conter a propagação do novo coronavírus, se os “problemas burocráticos” com o reconhecimento das habilitações forem ultrapassados.

Em carta dirigida ao primeiro-ministro, à ministra da Saúde e à diretora-geral da Saúde (DGS), a que a Lusa teve acesso, a Associação de Médicos de Origem Luso-Venezuelana (ASOMELUVE) responde “presente” ao repto lançado pelas autoridades de saúde, que pediu a todos os médicos, incluindo os reformados, que ajudem a combater a pandemia de Covid-19.

“Estamos disponíveis para ajudar o Ministério da Saúde, a DGS e o Governo português a ultrapassar esta situação difícil que assola Portugal”, escrevem os médicos luso-venezuelanos, realçando que, para tal, basta que as suas habilitações sejam reconhecidas pelo sistema português.

“Pese embora a nossa vontade de fazer mais, e colocar a nossa formação e conhecimentos adquiridos na Venezuela ao serviço do nosso país, estamos legalmente impedidos de o fazer. Isto porque temos tido problemas burocráticos, com o reconhecimento das nossas habilitações”, alertam.

“Somos recursos humanos válidos, formados e preparados, que aqui estamos dispostos a apoiar Portugal neste momento delicado”, afirmam.

Passageiros violam medidas em Lisboa

Este domingo, perante a impotência das autoridades, passageiros do aeroporto Humberto Delgado violaram as determinações da DGS de distanciamento social e limitação do número de pessoas em espaços públicos

De acordo com o Diário de Notícias, centenas de passageiros aglomeraram-se em espaços públicos no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, violando as regras de prevenção contra o contágio do Covid-19.

O presidente do Sindicato da Carreira de Inspeção e Fiscalização (SCIF), disse que, neste aeroporto, “não se estão a tomar medidas restritivas de ajuntamentos e distância de segurança entre passageiros”. Acácio Pereira sublinhou que “isso implicava o espaçamento de voos, o que não está a acontecer. Apesar de ter havido uma redução de cerca de 30% de voos ainda assim numa manhã chegam entre 17 a 22 voos internacionais pouco espaçados”.

A ANA coloca as imagens num plano “pontual” e que “a todo o momento os funcionários do aeroporto e a PSP intervêm”.

Confrontada com a situação, a Direção-Geral de Saúde (DGS) questionou a “autoridade de saúde aeroportuária”, que fiscaliza o cumprimento das medidas. “O que nos foi dito é que se tratou de uma situação temporária e que foram tomadas medidas para que não volte a acontecer”, garantiu a porta-voz oficial.

ZAP // Lusa

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