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Alemanha admite reduzir tráfego aéreo “a quase nada”. Irlanda prolonga terceiro confinamento

A Alemanha admite reduzir “a quase nada” o tráfego internacional com destino ao seu território devido à pandemia de covid-19, anunciou esta terça-feira o ministro do Interior.

“O perigo representado pelas diferentes mutações do vírus exige que examinemos e discutamos no Governo medidas mais drásticas”, disse Horst Seehofer em declarações ao diário Bild.

Entre as medidas a adotar, o ministro indicou “controlos mais estritos nas fronteiras, em particular com as zonas consideradas de risco muito elevado, mas também a redução a quase nada do tráfego aéreo com destino à Alemanha, como faz atualmente Israel”.

“A população, que na Alemanha aceita importantes restrições” face à pandemia, “espera de nós a melhor proteção possível face a uma explosão do número de casos”, declarou ainda Seehofer.

O número diário de novas infeções no país registou uma redução nos últimos dias, no patamar das 10 mil, após as novas medidas de restrição previstas até meados de fevereiro. No entanto, as mortes continuam elevadas, cerca de mil por dia, e as autoridades estão sobretudo apreensivas face a um próximo recrudescimento devido às diversas mutações do vírus.

De acordo com diversos media, e numa reunião à porta fechada com os seus deputados, a chanceler Angela Merkel admitiu a eventualidade de uma interrupção ou de uma forte redução do tráfego aéreo internacional.

Irlanda prolonga terceiro confinamento

A Irlanda vai prolongar até 5 de março o confinamento em vigor, o terceiro, e adotar a quarentena obrigatória para quem entra no país, de forma a combater a pandemia de covid-19, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro, Micheál Martin.

“O governo decidiu prolongar todas as restrições atuais até 5 de março para reduzir o número de pessoas infetadas com a doença. A mensagem para as pessoas nas próximas seis semanas é muito simples: fiquem em casa, não viajem”, afirmou Martin.

Lojas não essenciais, bares, restaurantes e escolas terão de permanecer encerrados, ampliando as medidas tomadas no início de janeiro num país que já contabilizou 2.997 mortes pela covid-19, numa população de cinco milhões de habitantes.

Entretanto, salvo “algumas exceções”, “qualquer pessoa que entre [na Irlanda] vinda do exterior vai estar sujeita à quarentena obrigatória”, segundo o vice-primeiro-ministro, Leo Varadkar. Na maioria dos casos, os recém-chegados podem ficar em quarentena em casa, mas que “pela primeira vez será obrigatório e deixa de ser indicativo”, explicou.

Todos os viajantes do Brasil e da África do Sul, por outro lado, vão ter de passar uma quarentena obrigatória em “instalações designadas”, segundo o primeiro-ministro.

Viajantes de outros países que não tiverem um teste negativo em 72 horas vão precisar também de ser submetidos a quarentena em hotéis designados.

Viagens de curta duração, que não exijam visto, da África do Sul ou da América do Sul vão também ser proibidas “pelo menos” até 5 de março, prosseguiu Martin.

Pela primeira vez, estas novas restrições vão ser aplicadas a todos os portos e aeroportos da ilha da Irlanda — incluindo os da província britânica da Irlanda do Norte. A polícia vai fortalecer os postes de controlo perto de portos e aeroportos para fazer cumprir o atual limite de cinco quilómetros para viagens não essenciais.

Depois de passar pelas duas primeiras vagas da pandemia com baixos números de casos e mortes, a Irlanda atingiu recentemente uma das maiores taxa de infeções por milhão de habitante do mundo, segundo dados da Universidade de Oxford.

Hong Kong instaura confinamentos sem aviso prévio

Hong Kong confinou inesperadamente e sem aviso na terça-feira uma parte da cidade, para testar todos os residentes, tendo os acessos sido fechados pela polícia, numa nova estratégia para combater a pandemia.

De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), a polícia isolou um perímetro em torno de cerca de 20 edifícios densamente povoados no bairro de Yau Ma Tei, localizado no sul da península de Hong Kong.

A chefe do executivo, Carrie Lam, explicou que estes “confinamentos sem aviso prévio” são necessários para impedir a fuga de pessoas antes do destacamento dos profissionais de saúde encarregados de realizar o rastreio. “Agradeço às pessoas desta área restringida pela sua cooperação”, escreveu Lam na rede social Facebook, já depois de o bloqueio ter sido levantado.

Jerome Favre / EPA

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam

No último fim de semana, um confinamento durante dois dias noutra zona da cidade foi divulgado algumas horas antes na imprensa local, após uma fuga de informação.

Durante a operação de terça-feira, mais pequena que a do fim de semana, cerca de 330 residentes foram testados, tendo sido detetado apenas um caso de covid-19.

As autoridades do território sob administração chinesa avisaram que mais confinamentos deste tipo poderão ser necessários nos próximos dias. Nas últimas semanas, surgiram novos surtos em bairros muito pobres, revelando enormes desigualdades naquele centro financeiro internacional.

O tamanho médio das habitações é de 46 metros quadrados, que podem custar cerca de 7 milhões de dólares de Hong Kong (740 mi euros). Muitas pessoas são forçadas a viver em alojamentos mais pequenos, divididos em unidades minúsculas, com menos de cinco metros quadrados e espaço para pouco mais que uma cama, partilhando frequentemente as cozinhas e casas de banho com vários inquilinos. É neste tipo de edifícios que tem ocorrido a maioria dos novos surtos nas últimas semanas.

 

Roménia não exige quarentena a turistas vacinados

De acordo com a Lonely Planet, depois do Chipre e das Ilhas Seychelles, a Roménia decidiu abolir o período de quarentena obrigatório à chegada ao país para quem tiver recebido a vacina contra a covid-19, sendo que a segunda dose tem de ter sido administrada há, pelo menos, dez dias antes da chegada ao país. Os viajantes têm de apresentar um documento que comprove a toma da vacina.

A decisão, tomada pelo Comité Nacional para Situações de Emergência da Roménia a 18 de janeiro, surge como consequência da diminuição do número de infeções no país e de forma a criar condições para a retoma da atividade económica.

A medida tem efeito para os viajantes que partam de um dos países incluídos na “lista amarela”, assinalados como sendo de “alto risco epidemiológico”, obrigados a ficar em quarentena à chegada à Roménia por um período de 14 dias.

A lista é atualizada periodicamente e integra, atualmente, cerca de 50 países ou regiões, incluindo Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, Suécia, Dinamarca, Espanha, Itália, África do Sul, França, entre outros.

ZAP // Lusa

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