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A situação está a agravar-se e a última fronteira são os Cuidados Intensivos

Caroline Blumberg / EPA

Para já, vive-se um período de acalmia, mas a situação tende a agravar-se à medida que o número de novos casos de covid-19 continua a aumentar.

Nuno Germano, diretor dos cuidados intensivos do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, não tem dúvidas de que a situação está a agravar-se de forma progressiva. “Prevejo muitas dificuldades na próxima semana“, avisou o responsável em declarações ao semanário Expresso.

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), de que faz parte o Curry Cabral, tem 20 camas disponíveis para os casos mais críticos da pandemia. Para já, vive-se um período de acalmia, mas a situação tende a agravar-se à medida que o número de novos casos de covid-19 continua a aumentar.

Para Nuno Germano, um dos principais problemas será a falta de profissionais, sobretudo enfermeiros. Nesta unidade, é necessário contratar mais 25 e, dos que estão lá, alguns preferem trabalhar noutros locais ou vão ficando infetados.

O responsável considera que os critérios de admissão são determinantes para o resultado final, já que “a taxa de mortalidade dos doentes com covid-19 aumenta com a saturação dos cuidados de saúde”.

No Hospital Santa Maria, em Lisboa, a situação também parece controlada: todos os dias recebem mais um ou dois doentes, mas as entradas são compensadas com as altas. Desde o início da pandemia, os cuidados intensivos tiveram 32 doentes com covid-19.

Os primeiros sinais de maior pressão desta segunda onda surgem no norte. O Hospital de São João, no Porto, acionou esta semana o penúltimo nível do plano de contingência, ainda que nos cuidados intensivos a situação não seja crítica. “Ainda não se sente o aumento da procura, mas com certeza vai aumentar”, avisa José Artur Paiva, diretor daquela unidade.

A taxa de mortalidade dos casos críticos na primeira fase, quando foram tratados cerca de 130 doentes, foi de 18%.

A pior taxa de mortalidade entre os hospitais centrais acontece em Coimbra: 29,4%. “Precisamos de mais 45 camas para doentes com risco de agravamento. Na dúvida, internamos, o que nos penaliza”, explica Paulo Martins, diretor dos cuidados intensivos, que tem dez camas para a pandemia e 20 para doentes não-covid.

Neste centro hospitalar os critérios de admissão são mais latos do que os congéneres. “Não sei o que nos espera, mas o nosso plano permite-nos olhar para o futuro com alguma tranquilidade.”

ZAP //

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