O Governo já está a negociar a reversão da privatização de 61% do capital da TAP com o consórcio Atlantic Gateway, de forma a que o Estado seja acionista maioritário.
De acordo com o Correio da Manhã, o objetivo é tentar recolocar nas mãos do Estado a maioria do capital, deixando 49% das ações para o consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa.
As negociações foram encetadas há uma semana, e ainda não há um prazo para serem concluídas – de acordo com o CM, não deve haver resultados até ao final do ano.
Esta quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse aos jornalistas que espera que o processo se concretize com “a rapidez possível para a TAP ter estabilidade e continuar a crescer”.
“Já começámos o processo negocial que necessariamente envolve os acionistas, mas que está em desenvolvimento e não quero falar dos detalhes do mesmo nesta fase”, afirmou Pedro Marques, à margem de um evento em Lisboa, o primeiro ato público do governante.
Questionado sobre a reversão da privatização da TAP, Pedro Marques adiantou que o processo de negociação com os acionistas da Atlantic Gateway, David Neeleman e Humberto Pedrosa, já arrancou. “Mantemo-nos firmes e determinados em recuperar a maioria do capital para o Estado”, declarou o ministro do Planeamento e Infraestruturas, que na nova orgânica do Governo tem a tutela da TAP.
Ainda que Bloco de Esquerda e PCP entendam que a companhia aérea deva ser totalmente pública, Pedro Marques estipulou a meta de que o Estado recupere, pelo menos, 13% do capital cuja venda foi acordada com o consórcio Gateway, mantendo-se como acionista maioritário.
O governante recusou-se a dar mais informações sobre “o processo negocial” para “não condicionar”, escusando-se a comentar as declarações do presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, que disse que a eventual reversão da privatização será um processo difícil e lembra que já gastou metade do dinheiro que entrou com a venda.
“Não sei como se reverte a privatização. Entraram 180 milhões de euros e eu já gastei metade“, disse Fernando Pinto na semana passada, em Albufeira.
Condições
O acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP foi assinado no dia 12 entre a Parpública, empresa gestora das participações públicas, e o consórcio Atlantic Gateway, na presença da então secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, do então secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Miguel Pinto Luz.
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), que tem 90 dias para avaliar a privatização, impôs logo em outubro algumas condições ao negócio.
Na altura, refere o CM, a ANAC defendeu que era preciso clarificar os poderes de Humberto Pedrosa para acautelar o controlo da empresa nas mãos de um elemento oriundo da União Europeia. David Neeleman tem dupla nacionalidade: brasileira e norte-americana.
ZAP
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Agora já é tarde,quem paga as indemnizações ´o Sr.P.Marques ?não acredito.
Será mesmo que esses dois senhores irão aceitar tal reversão e a que preço? Temos o direito de o saber, terão estômago para entrar em tal palhaçada, no meu lugar não ficaria com 1% sequer da empresa, ou o acordado e assinado anteriormente ou então o governo que assumisse os 100% da empresa, iremos ver se não será mais uma condenada à falência porque falida já ela está há muito tempo, o mais duro vai ser nós termos que pagar a factura.