Sócrates processa semanário Sol por difamação e calúnia

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Antonio Cruz / ABr

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

José Sócrates vai processar o semanário Sol, anunciaram os seus advogados. Isto depois de o ex-primeiro-ministro ter conseguido proibir o Correio da Manhã de publicar notícias sobre a Operação Marquês.

O jornal Público assegura que o ex-governante incumbiu os seus advogados de processarem o Sol no seguimento da notícia que apontava que os crimes de Sócrates terão continuado a partir da prisão.

Sócrates considera que esta notícia “ofende gravemente” a sua honra e que contém factos da vida privada e familiar, pelo que vai apresentar queixa por difamação e calúnia, conforme aponta o Público.

O Diário Económico acrescenta que o ex-primeiro-ministro acusa os jornalistas Carlos Diogo Santos e Felícia Cabrita de “devassa” e “mentiras”.

“Este anúncio visa apenas atemorizar-nos e condicionar-nos“, considera o director do Sol, José António Saraiva, em declarações àquele diário.

José António Saraiva nota que o Sol se limita a publicar “as conclusões da investigação”.

“Não fazemos campanhas contra ninguém nem jogos políticos. O nosso objectivo é fazer bom jornalismo”, diz ainda o director do Sol.

Tribunal não proibiu notícias – apenas factos em segredo de justiça

Entretanto, o Tribunal da Comarca de Lisboa esclareceu que a providência cautelar de José Sócrates contra a Cofina, grupo a que pertence o Correio da Manhã, “não proíbe a publicação de notícias”, mas “apenas” a divulgação de elementos do processo em segredo de justiça.

“Tal como não proíbe qualquer investigação jornalística ou a publicação de notícias sobre investigações jornalísticas anteriores, presentes ou futuras sobre o mesmo caso ou sobre os arguidos”, acrescenta o comunicado da juíza Amélia Maria Correia de Almeida.

A magistrada esclarece ainda que “a proibição decretada apenas reafirma o segredo de justiça, que ainda vigora relativamente a quem não intervém no processo de inquérito, limitando o acesso à informação nos exactos termos e com os limites que decorrem do regime de segredo de justiça“.

Uma nota que merece uma reacção sarcástica de Eduardo Dâmaso. o director-adjunto do Correio da Manhã.

“A clarificação da presidente da comarca diz que podemos noticiar tudo… excepto o que não podemos noticiar”, diz o jornalista no Público.

“Num processo com mais de 50 volumes, que abrange uma imensidão de factos, inclusive todos os que noticiámos antes de sequer haver inquérito – casa em Paris, relações com a Octapharma, venda das casas da mãe a Santos Silva, discrepância entre rendimentos declarados e aquisições patrimoniais – não sobra quase nada para noticiar“, lamenta Eduardo Dâmaso.

ZAP / Lusa

6 Comments

  1. A promiscuidade da justiça em Portugal é grande e está farta de ser noticiada!
    Os pançudos continuam a almoçar todos juntos! Por isso não se resolve.
    Cada vez mais os Srs. Deputados a tornam mais pantanosa.
    Porquê? Porque a corrupção está do seu lado e tem que se continuar a defender.
    O Povo não soube dignificar o 25 de Abril, será? ou fomos e somos manipulados.
    Existem ainda muitos Sócrates para serem julgados e fazem falta em Portugal muitas Felícias Cabritas.
    Pois é em Portugal o jornalismo é fácil e não tem a coragem de mostrar a realidade da corrupção que tão bem conhecem.
    Os partidos são o que são: como tem telhados de vidro nada dizem!
    Pergunto: o que fazer?

  2. da Comarca de Lisboa:
    “…Em sede indiciária e cautelar, a proibição decretada apenas reafirma o segredo de justiça, que ainda vigora relativamente a quem não intervém no processo” não proíbe investigação nem notícias… fora de segredo…

  3. Qual o medo deste zé para vir calar os jornais….
    O que fazer, uma pergunta que se impõe…. pois a corrupção está aí, os deputados sabem… pouco ou nada tem feito para a combater…. pois é, isso interessa-lhes…
    O que fazer… votar ou não votar, pouco importa!!!!

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