Depois da notícia avançada esta quinta-feira pelo jornal Público, o Banco de Portugal confirmou em comunicado que Sérgio Monteiro vai liderar a venda do Novo Banco.
O atual secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro vai assim integrar o Fundo de Resolução, a entidade que está a gerir o processo de venda do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha.
O banco central justificou a decisão afirmando que “a complexidade e os desafios associados ao processo da venda do Novo Banco” levaram à “necessidade de encontrar um responsável de reconhecido mérito e elevada experiência em operações desta natureza que pudesse assegurar a coordenação e gestão de toda a operação, incluindo o acompanhamento do programa de transformação a implementar pelo Novo Banco, que é condição essencial para a sua venda”.
O atual Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações vai então “assumir a responsabilidade de PMO (Project Management Office) do projeto, estando prevista a sua contratação pelo Fundo de Resolução em articulação com a Associação Portuguesa de Bancos”.
Sérgio Monteiro está em funções até à próxima sexta-feira, data em que toma posse o novo Governo de Passos Coelho, sendo que o secretário já tinha dito anteriormente que estava de saída do cenário político.
O Banco de Portugal decidiu interromper em setembro a venda do Novo Banco, depois de algumas negociações falhadas com os três principais interessados: as seguradoras chinesas Anbang e Fosun e a norte-americana Apollo.
O recomeço do processo da venda ficou prometido para depois das eleições e só deve ser retomado depois de se saberem os resultados dos testes de stress previstos já para o próximo mês.
Ainda esta quinta-feira o banco Santander admitiu, caso o processo de venda volte a ser aberto, estudar uma possível compra do Novo Banco.
“Se o processo voltar a ser aberto, voltaremos a estudá-lo” disse o CEO do Santander José António Alvarez, citado pelo Diário Económico.
O banco espanhol esteve entre os primeiros interessados no processo da venda mas acabou por desistir de uma proposta formal.
O administrador executivo do grupo Santander rejeitou ainda os riscos associados à incerteza política em Portugal devido ao acordo de esquerda que está prestes a ser conhecido.
“Os dois principais partidos em Portugal, até onde percebo, são dois partidos comprometidos com todo o contexto da União Europeia e com todos os compromissos de Portugal. Há uma natural incerteza depois das eleições, mas creio que as linhas estão bem fixadas”, disse ainda o responsável.
ZAP / Lusa
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