A TAP, bem como imparidades ligadas a ações da Galp, fizeram que a holding estatal Parpública atingisse um prejuízo consolidado de 367 milhões de euros em 2014 quando no ano anterior lucrou 792 milhões de euros, refere o relatório e contas da empresa pública.
Segundo Pedro Ferreira Pinto, presidente da Parpública – a sociedade que gere as participações do Estado em empresas -, o exercício de 2014 “pautou-se por uma diminuição dos resultados consolidados do grupo face ao ano 2013, tendo-se fixado em 367 milhões de euros negativos em consequência dos resultados obtidos pela holding Parpública e pelo Grupo TAP”.
Em relação à transportadora aérea nacional, que vive dias conturbados com uma greve de pilotos de 10 dias, iniciada na sexta-feira, a Parpública teve de fazer um “reforço contabilístico da provisão” devido à “redução dos seus capitais próprios em cerca de 138,5 milhões de euros“, avança o documento.
O relatório e contas, enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), indica que “a situação financeira do grupo TAP tem sido caracterizada nos últimos anos por um acumular de prejuízos, determinado essencialmente pela evolução do negócio da manutenção no Brasil, a qual tem sido suficientemente negativa para anular os lucros obtidos no negócio do transporte aéreo”.
Apesar disso, a TAP – Manutenção e Engenharia Brasil registou “uma evolução positiva dos resultados, embora a empresa continue a apresentar resultados operacionais negativos (-3 Milhões de euros) e a gerar prejuízos”.
A piorar a situação, segundo a Parpública, que detém 100% da TAP, o ano não correu bem no que se refere ao negócio principal da TAP: “A situação refletida nas demonstrações financeiras referentes ao ano de 2014 mantém essa tendência evidenciando um prejuízo gerado, desta feita, maioritariamente no negócio core, fruto de um segundo semestre atípico, marcado pelo atraso na entrega dos aviões, pela maior concorrência nas rotas para o Brasil derivada do Mundial de Futebol e da greve que ocorreu no final do ano”.
A Parpública adianta que as empresas do grupo TAP apuraram em 2014 um resultado líquido negativo de 85,1 milhões de euros e o agravamento das reservas em 52,4 milhões euros, o que levou o capital próprio do grupo a cair para próximo dos 520 milhões euros negativos.
Perante esta situação, a holding estatal frisa que a TAP, “face à significativa redução das disponibilidades de tesouraria”, tem sido obrigada a endividar-se.
“A dívida líquida do grupo TAP aumentou cerca de 18%, ou seja, mais 140 milhões de euros, situação a que também não são alheias as dificuldades de repatriação de receitas da TAP, SA, como as que se têm vindo a intensificar na Venezuela, onde se encontravam retidos no final de 2014 mais de 100 milhões de euros, e em Angola, onde, na mesma data, se encontravam retidos 19 milhões de euros.
Já em relação à Galp, a Parpública registou uma imparidade associada às ações da petrolífera, detidas pela empresa pública, “das quais a grande maioria constitui o ativo subjacente a uma emissão de obrigações permutáveis, calculada em 204,8 milhões de euros”, mas que, já no início deste ano, a menos valia “foi completamente anulada, dado que a cotação da Galp fixa atualmente valores ao mesmo nível dos observados no início de 2014”.
A empresa pública realça também uma forte redução dos dividendos, “o que naturalmente decorre da alienação de participações em virtude do cumprimentos do Programa de Privatizações levado a cabo nos últimos anos”, como a venda dos CTT, que permitiu à Parpública um encaixe de 342,6 milhões de euros, e à venda de 9,9% da REN gerando um encaixe financeiro de 141,7 milhões de euros.
No final de 2014, o património consolidado do grupo Parpública atingia 17 mil milhões de euros enquanto o passivo consolidado rondava os 13,3 mil milhões de euros.
/Lusa
Privatização da TAP
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