O ex-administrador do Novo Banco José Honório disse esta quinta-feira no parlamento que desconhecia que as reuniões do conselho superior do Grupo Espírito Santo, GES, onde participou por algumas vezes, eram gravadas.
“Nunca tive conhecimento que tais reuniões fossem gravadas, nem nunca me foi pedido. Nunca foi dado consentimento para que fossem gravadas”, declarou o responsável.
José Honório está a ser ouvido desde as 16:00 na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, onde apresentou uma declaração inicial na qual enquadra o seu trajeto fora e dentro do BES e do Novo Banco e onde pretende enfrentar “deturpações mediáticas” que têm vindo a seu propósito.
A questão em torno da gravação das reuniões do conselho superior do GES mereceu várias visões ao longo das audições da comissão de inquérito: Ricardo Salgado, como José Honório, disse no parlamento que não sabia que estava a ser gravado.
As gravações dos encontros do órgão que reunia os cinco ramos da família foram noticiadas por vários órgãos de comunicação social.
Outros nomes, como o antigo administrador do BES e presidente do BESI José Maria Ricciardi, declararam ter consciência que os encontros do órgão que reunia os cinco ramos da família eram registados.
“Eu sabia que as reuniões estavam a ser gravadas”, afirmou Ricciardi quando foi ouvido em dezembro, “o secretário da sociedade tinha um gravador em cima da mesa”.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.
/Lusa
Crise do BES
-
27 Dezembro, 2018 Ministério Público nega acesso a escutas do GES a Ricardo Salgado
-
28 Agosto, 2018 BES “mau” está sem dinheiro para pagar dívidas ao Grupo Amorim