O presidente da PricewaterhouseCoopers Portugal (PwC), José Pereira Alves, disse esta segunda-feira no parlamento que a PT SGPS considerou que as responsabilidades individuais não deviam constar no relatório da consultora sobre o investimento realizado pela operadora na Rioforte.
Na Comissão parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), José Pereira Alves disse que houve uma “grande discussão” entre a PwC e a PT SGPS sobre o relatório da consultora sobre o investimento de cerca de 900 milhões de euros da operadora na Rioforte.
A discussão, disse, teve a ver com a definição do relatório: se devia ou não incorporar a análise do que eram as responsabilidades individuais de cada membro dos órgãos sociais no investimento.
José Pereira Alves sublinhou que a PT SGPS entendeu que esse tipo de referências “não deviam constar” no relatório.
Depois de o cliente ter clarificado os termos do trabalho, a PwC acabou “por retirar do relatório aquilo que não devia lá estar”, disse.
Nesse sentido, a versão final do relatório apresenta “uma análise factual, não incorporando juízos de valor de ordem jurídica”, afirmou o presidente da PwC, que respondia a questões do deputado social-democrata Duarte Marques.
Questionado depois pelo deputado socialista João Galamba sobre se a PwC temia que o colapso do BES e do GES pudesse afectar a credibilidade da consultora, José Pereira Alves respondeu apenas que “o grande risco a evitar é emitir uma opinião de auditoria que fosse ferida da sua veracidade”.
“É isso que temos de evitar a todo o custo”, considerou.
/Lusa
Crise do BES
-
27 Dezembro, 2018 Ministério Público nega acesso a escutas do GES a Ricardo Salgado
-
28 Agosto, 2018 BES “mau” está sem dinheiro para pagar dívidas ao Grupo Amorim