Buscas no Reino do Pineal. PJ investiga morte de bebé, burlas e tráfico de droga

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A Polícia Judiciária de Coimbra está a realizar uma megaoperação de busca no ‘Reino do Pineal’, comunidade independente localizada em Oliveira do Hospital suspeita de diversas atividades ilícitas.

Investigadores da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária estão desde o início da manhã em Oliveira do Hospital, em buscas no chamado “Reino do Pineal”.

Esta comunidade, instalada desde 2020 num terreno pertencente ao ex-jogador Pione Sisto, é acusada de negligência médica resultando na morte não reportada de um bebé de 14 meses.

A investigação da PJ surge após suspeitas da morte da criança por falta de cuidados médicos, cujo corpo se acredita ter sido cremado e as cinzas lançadas ao rio Mondego. O bebé de 14 meses terá morrido em Abril de 2022, sem nunca ter sido registado, e nunca ter recebido cuidados médicos fora da comunidade.

Além disso, a PJ suspeita da presença de, pelo menos, mais três bebés na comunidade, procurando avaliar as condições em que vivem estas crianças.

Segundo o Diário de Coimbra, além do eventual crime de exposição ao abandono, agravado com o resultado de morte da criança, em causa estarão também a alegada construção de equipamentos de forma irregular,  festas que poderão estar relacionadas com tráfico de droga e eventuais burlas, relacionadas com donativos de membros da comunidade.

A operação envolveu agentes de várias forças policiais, incluindo a Guarda Nacional Republicana (GNR) com pelo menos duas equipas cinotécnicas, que isolou a zona e cortou estradas.

Reino do Pineal” é o nome assumido por uma comunidade de mais de 40 pessoas que se instalou em Oliveira do Hospital, numa quinta de 4,7 hectares, e que tem como objetivo constituir-se como um “estado soberano” dentro de Portugal.

A seita, liderada por Martin Kenny, conhecido como Água Akhabl Pinheiro, opõe-se ao ensino da ciência e da educação sexual, optando por educar as crianças segundo os seus próprios preceitos.

Quando chegam ao “reino”, as pessoas são incentivadas a cortar contactos com a família, o que, segundo o testemunho de Ana Sofia, que durante nove meses fez parte da seita, as torna mais dependentes da comunidade.

Ana Sofia, que investiu no Reino do Pineal “as poucas poupanças que tinha”,  garante que “enganaram pessoas que investiram na comunidade e que iam supostamente ter os frutos do investimento, ou das doações”.

Esta ex-membro do Reino do Pineal assegura que o líder da seita controla tudo, incluindo o dinheiro, e acusa-o de exercer “jogos mentais” para manipular as pessoas.

Pineal Foundation / Instagram

A PJ suspeita da presença de, pelo menos, mais três bebés na comunidade

No caso dos estrangeiros que são a maioria dos elementos da comunidade, são incentivados a “queimar as identificações” para poderem “ficar com os Passaportes do Pineal“, aponta também Ana Sofia.

A ex-integrante da seita também garante que, a partir de dada altura, se começou a incentivar a prática da poligamia, mas apenas para os homens. “O homem deve ter várias mulheres, mas a mulher deve ter só um homem“, realça.

ZAP //

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