Reino do Pineal pode perder a guarda das crianças

As buscas ao ‘Reina do Pineal’ identificaram cinco crianças a viver no local: uma foi levada para fazer a avaliação do quadro clínico e ser registada. Se a Seita não cumprir as leis, as crianças ser-lhe-ão retiradas. Também foram encontradas pequenas quantidades de droga, no local.

Esta terça-feira, a Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra realizou uma megaoperação de busca no ‘Reino do Pineal’ – comunidade independente localizada em Oliveira do Hospital, suspeita de diversas atividades ilícitas.

De acordo com o jornal Público, as buscas permitiram identificar cinco crianças residentes na comunidade, das quais duas foram sinalizadas por técnicos da Segurança Social e autoridades de saúde presentes na operação.

A investigação da PJ surge após suspeitas da morte da criança por falta de cuidados médicos, cujo corpo se acredita ter sido cremado e as cinzas lançadas ao rio Mondego. O bebé de 14 meses terá morrido em Abril de 2022, sem nunca ter sido registado, e nunca ter recebido cuidados médicos fora da comunidade.

Em causa poderão estar crimes de homicídio negligente e omissão e profanação de cadáver. A PJ acreditava que haveria mais bebés a viver na comunidade, o que levou a uma avaliação das condições de segurança do local.

Sabe o Correio da Manhã que um bebé de sete meses foi levado pelas autoridades, acompanhado pelo pai, para ser registado – determinação legal que é rejeitada pela Seita.

Se todas as leis não foren cumpridas, a criança será retirada e levada para uma instituição, ou entregue aos cuidado da avó materna, que, de acordo com o matutino, reivindica a sua guarda.

Também as restantes crianças que vivem no ‘Reino do Pineal’ poderão ficar à guarda do Estado, se a Seita não cumprir com deveres previstos na lei, como por exemplo a escolaridade obrigatória.

Segundo o Diário de Coimbra, além do eventual crime de exposição ao abandono, agravado com o resultado de morte da criança, em causa estarão também a alegada construção de equipamentos de forma irregular,  festas que poderão estar relacionadas com tráfico de droga e eventuais burlas, relacionadas com donativos de membros da comunidade.

Durante buscas, no local, foram também descobertas pequenas quantidades de droga, conta o CM.

“Reino do Pineal” é o nome assumido por uma comunidade de mais de 40 pessoas que se instalou em Oliveira do Hospital, numa quinta de 4,7 hectares, e que tem como objetivo constituir-se como um “estado soberano” dentro de Portugal.

A seita, liderada por Martin Kenny, conhecido como Água Akhabl Pinheiro, opõe-se ao ensino da ciência e da educação sexual, optando por educar as crianças segundo os seus próprios preceitos.