O Banco BPI anunciou em comunicado que vai entregar uma manifestação de interesse à compra do Novo Banco.
“O Conselho de Administração do Banco BPI, tendo presente a divulgação do anúncio e dos termos de referência do procedimento relativo à alienação do Novo Banco, S.A., que preveem como primeira fase do mesmo a ‘Fase de Manifestações de Interesse’, deliberou que o Banco BPI se apresente a essa primeira fase, entregando a correspondente Manifestação de Interesse”, lê-se no comunicado divulgado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich, já tinha revelado publicamente a intenção de analisar a compra do Novo Banco, cuja venda tem que estar fechada, no limite, até agosto de 2016.
Posição semelhante foi assumida pelo líder do Santander Totta, António Vieira Monteiro.
O Fundo de Resolução, que detém 100% do Novo Banco, deu a 4 de dezembro o ‘tiro de partida’ para a venda do Novo Banco, a entidade de transição que resultou da intervenção no BES, mas o negócio vai decorrer ao longo de quatro fases: manifestações de interesse, propostas não-vinculativas, propostas vinculativas e decisão final, estando a primeira já calendarizada para ser fechada até às 17:00 do último dia deste ano.
A “atratividade da oferta financeira”, leia-se, o melhor preço, é o principal critério de escolha entre as propostas que forem apresentadas para a compra da instituição agora liderada por Eduardo Stock da Cunha.
O segundo critério mais valorizado para a escolha do comprador será a sua disponibilidade para comprar a totalidade dos ativos colocados à venda, seguindo-se-lhe os planos estratégicos e de desenvolvimento apresentados para o Novo Banco, e o impacto geral da operação na concorrência e estabilidade do setor em Portugal.
Numa nota de análise divulgada recentemente, o banco alemão Deutsche Bank, salientou que o Novo Banco é um ativo apetecível, tanto para bancos portugueses, como estrangeiros, pelo que espera “um grande interesse inicial” na instituição.
E apontou mesmo para a vizinha Espanha, admitindo eventuais propostas por parte do Banco Popular, BBVA e Sabadell.
Os chineses da Fosun, que compraram a seguradora Fidelidade à Caixa Geral de Depósitos no início do ano, também já entraram na corrida.
O ativo consolidado do Grupo Novo Banco é de 72.465 milhões de euros, os capitais próprios de 5,6 mil milhões de euros e o rácio de solvabilidade de 9,2%, de acordo com o balanço de abertura divulgado no dia 03 de dezembro.
Os depósitos de clientes totalizam 25,1 mil milhões de euros e a carteira total de crédito bruto a clientes 43,8 mil milhões de euros, dos quais 31,5 mil milhões de euros de crédito a empresas (72%) e 12,4 mil milhões de euros de crédito a particulares (28%).
/Lusa
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