O ex-Primeiro-ministro José Sócrates vai ficar detido no Estabelecimento Prisional de Évora, onde já passou a noite, depois do primeiro interrogatório judicial e de ter sido colocado em prisão preventiva.
De acordo com uma fonte prisional, foi atribuído a José Sócrates é o número de preso 44 no estabelecimento de alta segurança. Os outros dois arguidos em prisão preventiva no âmbito do “Processo Marquês” encontram-se presos preventivamente no Estabelecimento Prisional Anexo às Instalações da Policia Judiciária, na Gomes Freire, em Lisboa, confirmou a mesma fonte à agência Lusa.
O Estabelecimento Prisional de Évora, com capacidade para 45 presos, foi alvo de uma requalificação durante o Governo de José Sócrates e em 2008 passou da valência de cadeia regional para a de alta segurança e de reclusão para elementos das forças de segurança.
A prisão preventiva pode ser estendida até um ano e meio, mas o prazo pode esticar ainda para dois anos, tratando-se de crime, ou 40 meses, por excecional complexidade do caso. As medidas de coação serão reavaliadas pelo tribunal de três em três meses.
Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo.
O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decretou segunda-feira à noite a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista, João Perna, e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos.
Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o quarto detido nesta investigação, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar duas vezes por semana ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
José Sócrates, detido na sexta-feira, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção e o motorista João Perna por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida. O empresário Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, está indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, enquanto o advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
O ex-Primeiro-ministro José Sócrates tornou-se o primeiro ex-líder de Governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva.
/Lusa