Esta quarta-feira, num dia em que Portugal registou 1.350 novos casos ( 928 dos quais na região de Lisboa e Vale do Tejo), o primeiro-ministro afirmou que a capital terá o mesmo tratamento que os outros concelhos em função da matriz de risco da covid-19.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira que Lisboa terá o mesmo tratamento que os outros concelhos em função da matriz de risco da covid-19, afastando também a hipótese de o Governo impor uma antecipação de medidas restritivas na capital.
A posição foi transmitida pelo governante numa conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, depois de questionado se admite um cenário de antecipação em uma semana das medidas restritivas a aplicar Lisboa pelo facto de a capital estar agora com uma incidência de novas infeções superior a 240 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
“Todos os concelhos são iguais. Lisboa não será diferente dos outros concelhos e terá exatamente o mesmo tratamento”, respondeu Costa.
Na conferência de imprensa, que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, o líder do Executivo referiu que o seu Governo faz semanalmente em Conselho de Ministros a avaliação da situação pandémica em cada um dos concelhos.
“Portanto, na quinta-feira, essa avaliação será novamente feita. E, em função dessa avaliação, tomaremos as medidas necessárias”, disse.
Ainda segundo o primeiro-ministro, na sequência da última crise pandémica em Portugal foi construída uma matriz de risco da covid-19 “com dois indicadores fundamentais”.
“Um tem a ver com a taxa de incidência e o outro com o ritmo de transmissão através do fator R(t). E é em função dessas variações que vamos aplicando as medidas previstas em cada um dos concelhos”, acrescentou.
Lisboa já passou o patamar dos 240 casos por 100 mil habitantes e pode ser obrigada a recuar no desconfinamento. Conforme noticiou o ZAP, especialistas pediram ao Governo que tome, desde já, medidas para evitar que a situação piore na capital.
Ouvido pelo Diário de Notícias, o professor Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, diz que, “na prática, já estamos numa quarta onda pandémica, porque a fase que estamos a viver já está com uma amplitude e um comprimento semelhante à onda de março do ano passado, que se estendeu até maio”.
O especialista admitiu ainda que Lisboa está a ser o motor desta quarta vaga.
Para o pneumologista Carlos Robalo Cordeiro, do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, em Lisboa, “há fatores que formam um verdadeiro cocktail explosivo e se o contágio continuar a aumentar da forma como está agora, contamina-se o país todo”.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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