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“Estava em segredo”. Comissão de inquérito abre investigação à divulgação do relatório secreto de Costa Pinto

José Sena Goulão / Lusa

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Novo Banco abriu esta terça-feira uma investigação sumária à divulgação do chamado “Relatório Costa Pinto”.

A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal online Observador, o mesmo órgão de comunicação que divulgou o chamado Relatório Costa Pinto.

Segundo o jornal, a decisão foi tomada numa das reuniões da comissão, antes da audição de João Gomes Ferreira, da consultora Deloitte.

O presidente da comissão, Fernando Negrão, recordou o número cinco do artigo 12 da Lei 5/93, que rege os trabalhos das comissões de inquérito.

Houve um relatório, que estava em segredo, que foi publicado num órgão de comunicação social. Nesse sentido, e cito o diploma que rege os nossos trabalhos, “no caso de haver violação do sigilo a comissão parlamentar deve promover uma investigação sumária e deliberar por maioria qualificada sobre a sua verificação bem como a identidade do respetivo autor. É isto que diz o diploma”, afirmou.

Assim sendo, Fernando Negrão perguntou aos deputados se algum deputado se opunha à abertura da investigação. Sem respostas, a investigação foi oficialmente aberta.

“A lei não dá margem para isso [uma recusa], mas eu tinha que a trazer aqui”, disse.

O presidente da Comissão deu um prazo de três dias aos deputados para que dessem “informações ou sugestões para a realização de diligências no âmbito desta investigação sumária”.

O “Relatório Costa Pinto” tem vindo a ser negado ao público há quase seis anos. Segundo o relatório divulgado pelo Observador, o Banco de Portugal (BdP) tinha conhecimento dos problemas do Banco Espírito Santo (BES) e tinha poderes para fazer mais, melhor e mais cedo.

O mesmo relatório aponta também o dedo à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), às empresas de auditoria e, ainda, ao congénere do BsP em Angola, o BNA.

Maria Campos, ZAP //

 

 

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