Está localizada no Nebraska, protegida por uma enorme pirâmide de cimento, e contém mais de 5.000 objetos dos anos 1970 — incluindo um automóvel da época. É a maior cápsula do tempo do mundo, e vai ser aberta no início do mês de julho.
Em 1975, Harold Keith Davisson, residente em Seward, no Nebraska, e antigo proprietário de uma loja local, construiu um enorme cofre, com 45 toneladas, no relvado em frente ao seu estabelecimento.
“O meu pai queria que os netos soubessem como era a SUA vida em 1975″, explica a filha de Davisson, Trish Johnson. “Ele estava convencido de que eles não se lembrariam dele.”
Desse ponto de vista, o esforço do excêntrico comerciante foi bastante bem sucedido, diz o IFLS.
Em vez de construir uma cápsula do tempo qualquer, Davisson criou a que na altura era a maior cápsula do tempo do mundo — título que o Livro de Recordes do Guinness lhe atribuiu em 1977.
Pouco depois, a Universidade de Oglethorpe em Atlanta, Geórgia, argumentou que a sua “Cripta da Civilização“, selada em maio de 1940, era maior. Davisson realçou porém que a “cripta” não era uma verdadeira cápsula do tempo, mas na realidade apenas uma sala numa universidade.
O Guinness reagiu na altura eliminando completamente a categoria de “maior cápsula do tempo”, mas Davisson resolveu a disputa à sua maneira: construiu uma grande pirâmide de betão em cima da cápsula original, com ainda mais objetos no interior.
O Guinness voltou entretanto a atribuir o título, que é atualmente detido pelo Millennium Vault, construído em março de 2000 em Guilford, no Reino Unido; mas a estrutura de Davisson, incluindo a pirâmide de betão, é considerada a maior cápsula do tempo do mundo.
No dia 4 de julho deste ano, 50 anos após a sua construção, a cápsula do tempo de Davisson vai finalmente vai ser aberta.
O monumental cofre contém mais de 5.000 objetos da época, incluindo um biquíni, um fato de banho masculino com padrão floral, um Chevrolet Vega — que era na altura completamente novo — e uma motocicleta.
Embora a cápsula do tempo inicial se tenha mantido fechada durante estes 50 anos, a pirâmide externa foi aberta durante um “ensaio geral” no ano passado, em preparação para a revelação final do conteúdo do cofre de Davisson.
Após seis horas a tentar quebrar o betão, uma equipa de habitantes da cidade encontrou várias cartas manuscritas, murais pintados no interior por artistas locais e um segundo automóvel — um Toyota Corolla com um aspeto um pouco deteriorado.
Não saberemos a totalidade dos tesouros que nos aguardam no cofre interior até que seja aberto no início do próximo mês, mas a filha garante que os rumores de que o seu pai simplesmente o encheu com objetos que não conseguiu vender na sua loja não são verdadeiros.
Davisson faleceu em 1999, um quarto de século antes da data prevista de abertura do seu cofre, mas a sua família continuou a manter a cápsula do tempo — e o seu negócio, inicialmente uma incubadora de galinhas, que se transformou entretanto num mercado de revenda de mobiliário usado.
Antes de morrer, Davisson avisou a filha que não há espaço suficiente para abrir a cápsula a partir do interior da pirâmide, e que poderá ser necessário partir algumas secções do cofre para conseguir aceder ao Chevrolet Vega, à motocicleta — e ao tesouro de recordações dos anos 1970 guardado no seu interior.