Com ou sem UE: França vai proibir redes sociais para menores de 15 anos

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LUDOVIC MARIN ; POOL/EPA

O Presidente francês, Emmanuel Macron.

Novo ataque mortal com faca em escola foi gota de água: menores “não voltarão a comprar faca na Internet”. Macron diz que França “não pode esperar: haverá alguns meses para mobilização europeia, caso contrário…”

O governo francês anunciou várias medidas contra a violência nos adolescentes, incluindo a proibição de redes sociais para menores de 15 anos, na sequência da morte de uma vigilante escolar durante um controlo de mochilas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu na televisão que “um jovem de quinze anos não poderá mais comprar uma faca na Internet” e acrescentou que a França proibirá as redes sociais para menores de 15 anos se, dentro de “alguns meses”, isso não for feito a nível europeu.

“Defendo a proibição das redes sociais para menores de 15 anos e podemos fazê-lo, porque todas as plataformas têm a possibilidade, através do reconhecimento facial para identificação, de verificar a idade”, disse, exaltado, o presidente francês.

“Haverá alguns meses para mobilização europeia, caso contrário vamos começá-lo a fazer em França. Não podemos esperar“, Macron avisou Bruxelas.

O primeiro-ministro, François Bayrou, ao mesmo tempo e noutro canal de televisão, segundo a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), prometeu proibir “imediatamente” a venda de todas as facas a menores, anunciando também que será feita uma verificação da idade de quem recebe as encomendas feitas online.

As medidas anunciadas pelo governo francês surgem após a morte de uma auxiliar escolar, às mãos de um aluno de 14 anos, numa escola no nordeste da França. Melanie, de 31 anos, mãe de um rapaz de quatro anos, foi morta violentamente pelo menor durante uma revista de mochilas em frente à escola da cidade de Nogent.

A assistente pedagógica estava “simplesmente a fazer o seu trabalho, recebendo os alunos à entrada da escola”, disse à France24 Elisabeth Allain-Moreno, secretária-geral do sindicato dos professores SE-UNSA, que partilha a “imensa dor” perante o episódio.

“Onda de violência sem sentido”

Buscas como a que Melanie efetuava no momento fatal começaram a ser feitas em França em março devido aos episódios deste tipo, como o de Nantes, em abril, em que um jovem matou uma aluna com uma faca e fez feridos graves no recinto escolar.

Em março, França já tinha imposto controlos aleatórios de mochilas nas escolas, depois uma briga que resultou na morte de um adolescente de 17 anos em frente a uma escola secundária perto de Paris.

Entre 26 de março e 23 de maio, 6.000 controlos em França resultaram na apreensão de 186 facas e 587 conselhos disciplinares foram realizados no total por posse de facas, de acordo com o Ministério da Educação Nacional.

Os representantes dos pais dos alunos e dos professores, por seu lado, exigiram uma melhor supervisão e lamentaram mais uma vez a falta de enfermeiros e médicos escolares.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Excelente análise sobre um tema tão atual e relevante! A proteção dos jovens no ambiente digital é fundamental, e medidas como essa mostram o quanto precisamos repensar o uso das redes sociais para preservar a saúde mental e o bem-estar das novas gerações. É importante também equilibrar essa proteção com a liberdade de expressão e o acesso à informação. Um debate essencial para pais, educadores e legisladores.

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