A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, desafiou esta quarta-feira que o Governo a “deixar as recusas” e fazer um acordo essencial para salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A líder bloquista reuniu-se esta tarde com um grupo de profissionais de saúde sobre a criação do Estatuto do SNS, no âmbito da regulamentação da nova Lei de Bases da Saúde, tendo no final sido questionada pelos jornalistas sobre as duras críticas feitas pelo primeiro-ministro, António Costa, ao BE, que acusou de oportunismo em relação ao Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
“Devo dizer que não aprecio insultos na política e não os tenho usado. António Costa sabe que é primeiro-ministro porque em 2015 houve um acordo com a esquerda pelo qual o Bloco de Esquerda se bateu e de que não se arrepende”, começou por referir.
Em 2019, continuou Catarina Martins, o líder socialista foi a eleições “pedindo uma maioria absoluta, que não teve”, mas o BE propôs “um novo acordo para reforçar o trabalho e o direito do trabalho em Portugal” que “o Governo e o PS recusaram”, tal como o acordo no OE2021 para o SNS.
“Este é o tempo de deixar as recusas e de fazer os acordos que são essenciais para o país e o Bloco de Esquerda é nisso que está centrado. Todo o país consideraria uma irresponsabilidade se o Governo e o PS não quisessem fazer um acordo para o SNS e para garantir o acesso à saúde a toda a população”.
Apesar de acusar o Governo de ainda não ter dado estes passos, a coordenador bloquista acredita que “dará porque, em nome do país e da resposta aos portugueses, às portuguesas, a toda a população é fundamental um acordo para salvar o SNS”.
“Lamento que não tenha sido possível fazê-lo no Orçamento do Estado. Creio que terá de ser possível fazê-lo, que ele será feito com o Bloco de Esquerda e é para isso que trabalhamos todos os dias”, assegurou, deixando que claro que o partido que dirige “fará tudo para esse acordo porque ele é essencial para o país”.
Em entrevista à rádio Observador na terça-feira, António Costa acusou o Bloco de Esquerda de se ter posto “ao fresco” no voto contra o Orçamento do Estado para 2021, avisando que as pessoas não perdoam este tipo de “oportunismo”, que considera um “erro gravíssimo”.
ZAP // Lusa