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Marta Temido diz não saber “quantas vagas vamos ter”. Profissionais do SNS sem férias vão ser compensados

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José Sena Goulão / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, em entrevista à SIC este sábado, que Portugal está a passar por uma segunda vaga, mas que pode não ser a última.

“Não sabemos quantas vagas da doença vamos ter”, disse Marta Temido em entrevista à SIC. Além disso, disse a ministra, não sabemos se “entraremos num cenário de vagas, de subidas da incidência da doença e depois descidas, ou num cenário em que o país se mantém com um número muito elevado de casos durante muito tempo — um planalto”.

Temido afirmou que, se Portugal se mantiver num planalto durante muito tempo, esse cenário seria “extraordinariamente preocupante”.

A juntar às incertezas de quants vagas ainda pasarão pelo país, Marta Temido admitiu que também não sabe quando estará disponível uma vacina. “Temos alguma esperança de que a vacina em que os países têm trabalhado mas não sabemos exatamente quando é que ela chegará”.

Mas “estamos prontos” para a armazenar e distribuir, garantiu. “Temos de ter reservas de energia, como povo” para tomar os cuidados necessários, afirmou a governante, reconhecendo que “é muito difícil”.

Esta semana, a ministra da Saúde revelou que o Governo “prepara tudo para poder ter a distribuição da vacina [contra a covid-19] em janeiro”.

A ministra adiantou também que há um total de 485 pessoas internadas nos cuidados intensivos – numa “disponibilidade para doentes covid de 569 camas e num número que, de acordo com a agregação hospitalar, é de 1.036 camas para doentes de cuidados intensivos”.

“Os hospitais têm estado todos os dias a reforçar a sua capacidade”, disse Marta Temido, por exemplo, com a reprogramação de outras intervenções médicas ou cirúrgicas. “Tem sido um trabalho hercúleo por parte das administrações hospitalares”.

Hospitais com autonomia para contratar

Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão passar a ter autonomia para contratar “de forma permanente” médicos de um conjunto de especialidades relacionadas com o combate à covid-19 mas, também, especialidades como anestesiologia e medicina interna, anuncia a ministra da Saúde, Marta Temido.

“Nós desde o início da pandemia temos tido um regime excecional de contratação mas a termo, com contratos renováveis, e com este regime aquilo que queremos responder é às necessidades mais permanentes do sistema”, explicou a ministra.

Este regime é “regime excecional” e durará até ao final deste ano. “Depois veremos, no quadro do novo orçamento, qual será o enquadramento a conferir”, afirmou Marta Temido.

A governante disse que é um “drama” de todos os ministros da Saúde da Europa conseguirem encontrar os profissionais necessários nesta fase. Desde o início da pandemia, muitos médicos e outros profissionais de saúde saíram da profissão ou reformaram-se em vários países, como Itália.

“Temos de motivar os profissionais que temos, e poupá-los”, rematou.

Este sábado, o Público adiantou que, desde o início da pandemia, o SNS já perdeu 842 profissinais de saúde.

Profissionais sem férias vão ser compensados

Os profissionais de saúde que não vão poder gozar férias até ao final deste ano devido à pandemia de covid-19 vão ser compensados, no âmbito de um regime excecional aprovado pelo Governo, anunciou este sábado a ministra, em entrevista à agência Lusa.

“Aprovámos um regime excecional que permite que os profissionais de saúde que possam não conseguir gozar as suas férias até ao final deste ano possam ser compensados desse seu esforço”, disse Marta Temido.

A ministra explicou que os profissionais podem optar, em 2021, por uma compensação financeira: “Por cada cinco dias de férias não gozados, além do direito a esses dias, terem o pagamento de um dia adicional de férias”.

O cancelamento de férias já tinha sido aplicado na primeira fase da pandemia, quando vigorou o primeiro período de estado de emergência no país.

ZAP //

 

 

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