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SNS perdeu quase 900 médicos desde o início da pandemia. Mais de metade reformou-se

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) perdeu 842 médicos desde o início da pandemia até outubro. Quase 500 reformaram-se – mas há outras razões. 

O jornal Público avança estes números este sábado. De acordo com os dados do Portal da Transparência do SNS, consultados pelo matutino, saíram do SNS por limite de idade ou reforma antecipada 476 médicos nos últimos oito meses.

Os restantes médicos perdidos acabaram o internato mas não foram contratados, optaram por não ocupar as vagas abertas nos concursos ou que terão ido trabalhar para o privado ou para o estrangeiro, segundo Mário Sardinha, médico responsável pela pesquisa no Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Segundo Mário Sardinha, que foi ouvido pelo Público, há várias razões para estas saídas, tais como salários “pouco atrativos”, “as condições de trabalho” no SNS, o não querer “ir para longe da família” e preferir “ficar à espera do concurso do ano seguinte”.

O médico explicou ainda que, às vezes, os concursos atrasam-se e, enquanto não acontecem, vão saindo médicos. Devido à pandemia, os concursos para contratar recém-especialistas atrasaram-se.

Estes números surgem numa altura em que o saldo negativo de recursos humanos no SNS está em cima da mesa, ampliado pela pandemia, e que o Governo anunciou uma medida: limitar as rescisões de contrato no SNS enquanto vigorar o estado de emergência.

O despacho causou polémica porque limita um dos direitos essenciais de qualquer trabalhador: a possibilidade de terminar uma relação laboral que não deseja manter com determinado empregador.

Para já, médicos, enfermeiros e assistentes operacionais continuam sem saber o que lhes pode acontecer se não cumprirem esta imposição, uma vez que o despacho da ministra não define sanções a aplicar.

Além desta medida, os profissionais de saúde deverão ter de alterar os seus planos de férias previstos para o Natal e Ano Novo devido à evolução da pandemia de covid-19.

ZAP //

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