O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu que os apoios públicos à crise provocada pela pandemia devem ser “temporários”.
“Os apoios públicos devem ser temporários. Perante numa crise que não é estrutural, não devemos alterar as características fundamentais do nosso sistema de apoios sociais e económicos”, disse Mário Centeno esta segunda-feira na 10.ª Conferência do Banco de Portugal “Desenvolvimento económico português no espaço europeu”.
Segundo Centeno, escreve o ECO, a crise atingiu margens do tecido económico, empresarial e laboral que não estavam abrangidos por políticas tradicionais. Assim, defende, os apoios devem ser ainda mais focados, mas “temporários“.
Caso contrário, explicou o governador do Banco de Portugal (BdP) e ex-ministro das Finanças, torná-los permanentes poderá dificultar a resposta à atual emergência económica e a outras crises no futuro.
“Na verdade, alterações permanentes neste momento irão distorcer os atuais mecanismos de apoio à retoma da atividade, tornando-se mais difíceis de adaptar no futuro e correndo o risco de não responder às exigências da natureza da crise que temos em mãos“, explicou Centeno.
Para o responsável do banco central, investimento público só se for “sustentável e verde” para se poder pagar a si próprio e não se tornar mais um fardo para a economia.
Centeno teme que a resposta do Governo possa ser mal desenhada e gere despesa pública permanente. Portanto, defende que o executivo de Costa intervenha de forma contida com políticas públicas “que atuem nas margens” e de forma mais focada.
Em vez de respostas massivas, que podem conduzir a uma problema de despesa e de endividamento mais excessivo que o atual, os apoios devem ser menores e mais direcionados.
Segundo o semanário Expresso, esta ideia choca com o que defende o Bloco de Esquerda e o PCP, que pretendem resolver alguns dos problemas estruturais no mercado de trabalho e nos serviços públicos. Estes dois extremos – o que é temporário e o que é estrutural – separam o Governo da esquerda, numa altura em que o executivo luta para manter abstenções para aprovar o Orçamento de Estado para 2021 (OE2021).
Centeno quer recuperar “fantasma de um Natal passado”
No Twitter, a deputada Mariana Mortágua criticou o “regresso, pelas mãos do costume”, do “discurso das inevitabilidades” e disse que o guião de Centeno seria a “receita para o desastre” em áreas como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o Trabalho. “É um erro deixar o Banco de Portugal governar no Terreiro do Paço”, escreveu.
“Com palavras diferentes e de forma mitigada, o argumento de Mário Centeno tem a mesmíssima matriz ideológica que, no passado, sustentou as políticas de austeridade e as ‘reformas estruturais’ que castigaram o país”, argumenta.
A deputada do Bloco recordou que o partido defende medidas que penalizem os despedimentos e as mudanças estruturais no SNS para tornar as carreiras mais atrativas e defender a exclusividade dos profissionais de Saúde.
“Mário Centeno conforma-se com o pior cenário. E tudo em nome de uma preocupação – o aumento da dívida pública”, critica Mortágua, defendendo que a solução “mais eficaz” seria o cancelamento da dívida que for gerada no contexto do combate à covid. O que os dirigentes europeus e portugueses mostram, por agora, é uma inclinação para políticas de austeridade com as quais se “impõe um corte definitivo”, argumentou.
Estes argumentos expõem a fratura entre Governo e Bloco, cuja relação já viu melhores dias.
O Centeno vai causar a queda do governo PS,é só aguardar mais uns tempos.
Oxalá….
Não é o Centeno. É mesmo o Costa. Já vai em queda livre com todo o desgoverno do COVID, as galambadas, a profunda incompetência dos vários “ministros” que tem no governo…
A tentativa de manietar a justiça e a investigação tambem não passam despercebidas ao povo português.
Agora que o povo chegou à conclusão que o Costa e seus ministros são uns incompetentes,eu acho que afinal o Passos foi um grande primeiro ministro pois o que ele fez foi, tapar os buracos que o Costa e o seu famoso Sócrates deixaram o país.O PS sempre foi um desastre,agora com a Covid compreendemos que são uns inúteis.