O grupo parlamentar do PS respondeu ao ataque do líder do CDS ao ministro Pedro Nuno Santos, e acusou Francisco Rodrigues dos Santos de estar a atirar a política para a lama.
Numa entrevista ao Expresso, Francisco Rodrigues dos Santos classificou o ministro Pedro Nuno Santos de “zero à esquerda” e de “fanfarrão”, a propósito da gestão da TAP.
“O ministro Pedro Nuno Santos tem sido um zero à esquerda na gestão deste dossiê. Até agora, a TAP viu zero por parte do Estado. Mas o ministro ignora que houve uma redução drástica da operação”, disse o líder dos centristas, acrescentando que o CDS não concorda “com estas ideias megalómanas de um ministro fanfarrão que acha que o dinheiro dos contribuintes deve ser injetado de forma desregulada”.
Numa nota assinada pelo vice-presidente da bancada socialista, Carlos Pereira, e citada pelo Expresso, o PS acusou o presidente do CDS de estar a tentar desesperadamente “suplantar” André Ventura.
“Na brigaria do populismo desbragado ou do liberalismo descarrilado, mas também na luta desesperada pela sobrevivência, também interna, o líder do CDS vai tentando suplantar nuns casos o deputado Ventura noutros o deputado Cotrim de Figueiredo”, escreveu Carlos Pereira.
Na mesma nota, os socialistas sugerem que Francisco Rodrigues dos Santos não conhece a dimensão do problema da TAP ou, por outro lado, está a defender “interesses privados à custa do dinheiro dos portugueses. E isso “é muito grave”, sustentou o deputado do PS.
“O ataque desproporcional e brejeiro ao ministro das Infraestruturas só pode disparar os alarmes para quem sabe que Portugal precisa da TAP, que a TAP tem de ser melhor gerida, que tem de ser redimensionada à escala do país e que o Estado tem de ter acesso a um instrumento estruturado para contribuir para a retoma da economia”, adianta a nota.
“O país precisa de oposição construtiva e ganhará sempre com ideias diferentes mas perde muito quando a política é arrastada para a lama num cocktail de imprecisões e numa confusão generalizada de conceitos e intenções. O CDS que se cuide”, continua o grupo parlamentar socialista.
O Governo “não está eufórico por ter de aguentar a companhia”, mas é preciso agir para salvar e proteger a TAP. Por isso, os socialistas defendem que mais dinheiro público na TAP tem de significar mais controlo. “Caso os portugueses tenham de ser chamados a contribuir para salvar a TAP, o controlo da companhia deve ser proporcional ao esforço do país. Não deve haver rodriguinhos.”
O miúdo quer rivalizar com o André Ventura, mas esquece-se que o CDS é um partido com tradição na política portuguesa e com um nome a respeitar. Não é um garoto qualquer ainda de fraldas e sem a menor noção de responsabilidade que deve atirar o CDS não para a sarjeta onde está o Chega mas para o esgoto da vida pública. Esperemos bem que o futuro em breve se encarregue do moço.